Prefeitura gasta R$ 8 mil com cachê de Maisa e causa polêmica
A Prefeitura de São José dos Campos (a 97 km de São Paulo) pagou um cachê de R$ 8.000 para que a apresentadora Maisa, 7, do SBT, comparecesse na quarta-feira (28) a um evento em homenagem ao Dia do Servidor Público.
O uso de dinheiro público para contratar a artista mirim provocou polêmica na cidade. O Sindicato dos Servidores criticou o prefeito Eduardo Cury (PSDB) pela atitude e vereadores da oposição cogitam levar o caso ao Ministério Público.
De acordo com a prefeitura, Maisa permaneceu por três horas no evento, que acontece todos os anos e reuniu desta vez 800 pessoas. Ao lado de Cury, ela participou de um culto ecumênico e, ao microfone, falou aos servidores. Em seguida, tirou fotos e deu autógrafos.
Por meio da assessoria, a Prefeitura de São José dos Campos informou que a contratação de Maisa foi decidida após uma "consulta informal" com servidores, na qual eles puderam opinar sobre seus artistas preferidos. E que o cachê exigido inicialmente pelos empresários dela era de R$ 15 mil, valor reduzido após negociação.
A prefeitura informou ainda que considera que a presença de Maisa no evento "refletiria bom exemplo para os funcionários públicos e uma mensagem de sucesso". A menina, que apresenta o programa infantil "Sábado Animado" no SBT, já morou na cidade.
"É um gasto absurdo. Para nós, [o pagamento] foi uma violência aos cofres públicos", diz a diretora do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, Zelita Ramos.
O vereador Wagner Balieiro (PT), que faz oposição a Cury, disse que a bancada vai pedir informações à prefeitura sobre os gastos com o cachê de Maisa. E que pode encaminhar um pedido para que o Ministério Público investigue o caso.
"É legítimo e importante homenagear os servidores públicos. E não temos nada contra o trabalho da menina. Mas acredito que existem maneiras melhores para se prestar essa homenagem", disse o vereador.
A Folha tentou ouvir os empresários e a família da apresentadora, mas o SBT informou que eles não se pronunciariam sobre o caso.
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