Lucro líquido da Vale cai a menos da metade, para R$ 3 bi
Apesar da comparação negativa, a Vale afirmou que retomou "o crescimento após os impactos do choque financeiro mundial".
No segundo trimestre deste ano, a companhia havia registrado lucro líquido de R$ 1,5 bilhão, metade do apontado neste último período.
Em nove meses, o lucro líquido atingiu R$ 7,620 bilhões, um resultado 59,5% abaixo do desempenho no mesmo período em 2008.
A receita operacional encolheu 36% entre os dois trimestres, indo para R$ 13,6 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) contraiu 47%, para R$ 6 bilhões.
A mineradora apresentou melhores resultados pelo lado financeiro: em vez um prejuízo de R$ 2,02 bilhões no terceiro trimestre como no ano passado, a empresa teve um resultado positivo em R$ 199 milhões. Com a valorização do real frente ao dólar, o lucro líquido teve um impacto positivo em R$ 279 milhões.
A receita bruta com minerais ferrosos caiu 39,6% entre o terceiro trimestre de 2008 e o mesmo período neste ano. No segmento de minerais não-ferrosos, a retração foi de 31,15%.
Retomada
De acordo com a balanço do terceiro trimestre da empresa, os principais resultados ficaram abaixo do desempenho registrado em igual período do ano passado, mas acima do registrado no segundo trimestre deste ano, o que a faz apostar na retomada do crescimento.
Os investimentos, segundo a empresa, somaram US$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 42,9% em relação a igual período do ano passado (US$ 5,8 bilhões) e alta de 6,6% sobre o trimestre imediatamente anterior (US$ 3,1 bilhões).
As exportações líquidas, segundo a empresa, somaram US$ 4,6 bilhões no terceiro trimestre. Queda de 54,7% em relação ao mesmo intervalo de 2008 (US$ 10,1 bilhões) e alta de 109,4% sobre o segundo trimestre deste ano (US$ 2,2 bilhões).
Perspectivas
Apostando que "a recessão global está chegando ao fim", a diretoria da Vale afirma que pode ocorrer uma "nova onda de alta de preços de metais", mas que isso depende de uma aceleração da atividade econômica global, o que não está livre de riscos.
"A principal fonte de risco está na mudança prematura na direção das políticas monetárias [juros]. No entanto, a probabilidade da ocorrência de tal erro parece ser relativamente baixa, dado o conhecimento e a experiência acumulada". Hoje, a Noruega se tornou o primeiro país europeu a elevar seus juros básicos. E no início do mês, a Austrália foi a primeira nação do G20 (países mais desenvolvidos) a apertar sua política monetária.
Sobre a China, seu principal mercado consumidor (36% das vendas), a diretoria da Vale afirma que "a expansão [da economia] parece estar ganhando força, passando a não ser mais totalmente dependente dos gastos governamentais".
Para os executivos da mineradora, "há uma tendência em direção à ampliação das fontes de crescimento, com participação dos gastos com consumo e investimentos do setor privado, além das exportações", que podem voltar a estabilizar, após cair nos últimos trimestres.
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