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Agronegócios
Quarta - 28 de Outubro de 2009 às 11:28

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Dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc) apontam que a inclusão dos mecanismos de Redução de Emissões de Carbono por Desmatamento e Degradação (REDD), durante a negociação de um novo acordo substitutivo do Protocolo de Quioto, poderia gerar uma receita de US$ 8 bilhões a US$ 16 bilhões ao Brasil em créditos de carbono. Atualmente, os mecanismos de REDD, que considera como crédito de carbono florestas “em pé”, não são elegíveis para o Protocolo de Quioto, que aceita apenas duas possibilidades de crédito na área florestal: o reflorestamento e o aflorestamento (em áreas onde nunca existiram florestas).

“A conservação florestal, o desmatamento evitado [relativo ao REDD], não faz parte ainda do protocolo”, disse o presidente da Abemc, Flavio Rufino Gazani. O presidente da entidade afirmou que o governo brasileiro, depois de ter rejeitado a inclusão de florestas nativas nas negociações do Protocolo de Quioto, mudou recentemente sua posição e acena com a possibilidade de incluir este mecanismo nas propostas que levará para a 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15), em Copenhague, no mês de dezembro. “A ideia de já incluir isso é que o próximo acordo, seja ele uma continuação do Protocolo de Quioto, ou um novo acordo, já venha contemplando essa necessidade — disse”. Para Gazani, o REDD deva ser um meio de conservação da floresta associada à exploração sustentável em áreas específicas, e não prever apenas a manutenção das florestas “em pé”.

A posição da Abemc vem de encontro com as propostas formuladas pela Aliança Brasileira Pelo Clima, entidade formada por 14 empresas representantes dos setores que correspondem a 16% das exportações brasileiras – mais de R$ 30 bilhões por ano – e 28% da matriz energética. Em setembro passado, o grupo entregou documento oficial ao governo brasileiro no qual defende, entre outros pontos, a utilização de REDD como um estímulo à geração de renda para os responsáveis diretos pelas ações, como os proprietários rurais. “O Brasil precisa chegar a Copenhague com uma proposta sólida e bem definida sobre uma compensação pela preservação da Floresta Amazônica e outros mecanismos desse tipo. A Europa devastou suas florestas e se agora a Amazônia é importante para o mundo, temos que ser recompensados pela sua preservação. É uma questão de interesse global”, diz Luiz Antonio Pinazza, diretor a Associação Brasileira de Agribussines, entidade membro da Aliança Brasileira Pelo Clima.




Fonte: Terra

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