Confiança da indústria atinge maior nível em um ano, diz FGV
O ICI (Índice de Confiança da Indústria) da FGV (Fundação Getulio Vargas) subiu 2,7% em outubro, para 112,2 pontos. contra 109,5 em setembro. Trata-se da décima alta consecutiva e do maior nível desde setembro de 2008 (115 pontos), com ajuste sazonal. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira.
Neste mês o indicador também apontou alta de 7,4% frente a outubro de 2008 (sem ajuste sazonal), primeira taxa positiva em treze meses. O resultado foi beneficiado pelo fato de, em outubro do ano passado, os dados coletados já refletirem a piora da crise financeira internacional a partir do mês anterior.
O ISA (Índice da Situação Atual) deste mês subiu 1,4%, de 109,5 para 111 pontos; já o IE (Índice de Expectativas) avançou 4,2%, de 108,9 para 113,5 pontos --maior nível desde agosto de 2008 (115,8 pontos). Pela primeira vez desde julho de 2006 o IE superou o ISA, sinalizando otimismo em relação às perspectivas industriais para os próximos meses.
A FGV destacou a alta no indicador referente ao nível de demanda, que avançou 5,6%, para 109,4 pontos, contra 103,6 em setembro.
A parcela de empresas que avaliam o nível de demanda atual como forte aumentou de 20,2% para 21,9%; já as que consideram esse nível como fraco diminuiu de 16,6% para 12,5%.
As expectativas em relação aos próximos meses são favoráveis em todos os quesitos que compõem o IE, principalmente para a produção no quarto trimestre --cujo indicador subiu 4,5%, alcançando o maior da série histórica constituída a partir de 1980. Das 1.065 empresas consultadas, 49,8% preveem aumento e 4,3% redução da produção no trimestre outubro-dezembro. Em setembro, estes percentuais haviam sido de 49,9% e 10,7%, respectivamente.
São Paulo
O diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Francini, disse ontem que o desempenho da indústria paulista em setembro --avanço de 4,3% na comparação com agosto, a maior vista de um mês para outro desde abril de 2008-- fez com que a federação apontasse como "incontestável" a recuperação do setor após a crise financeira global.
"Finalmente achamos um número incontestavelmente positivo, indicando avanços [para a atividade econômica] para os próximos meses", disse. "Ela indica uma clara recuperação."
Entre os motivos para a avaliação positiva estão o avanço da atividade industrial em praticamente todos os setores e a presença de uma série de indutores de crescimento --como taxa de juros, oferta de crédito e demanda.
Apesar do otimismo, Francini manteve a previsão de que a atividade econômica da indústria paulista cairá neste ano entre 7,5% e 8%, já que em agosto houve uma retração de 1%.
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