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Cidades/Geral
Terça - 27 de Outubro de 2009 às 16:44
Por: Bruno Garcia

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Comando Geral afirma que bandidagem está em todas as camadas sociais

Ao apresentar, nesta terça-feira (27), um balano parcial da atuação da corporação no combate à criminalidade em Mato Grosso, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Campos Filho, fez revelações preocupantes. O oficial avaliou que os dados estatísticos apontam para o crescimento do número de criminosos no Estado.

Ele também assinalou para uma agravante: os crminosos estão inseridos em todas as camadas sociais. "Aumentamos a atuação da PM, em resposta direta ao crescimento de pessoas que passaram para o mundo do crime", afirmou.

Campos Filho apontou três motes problemáticos, que, segundo ele, vêm contribuindo para o aumento de criminosos em Mato Grosso: desestruturação familiar, reincidência criminal e não revisão da legislação penal. Segundo dados do Comando de Policiamento da Guarda, 80% dos presos, ao serem liberados, retornam para o mundo do crime. "Não adianta prender os criminosos se, em algumas horas, eles já são soltos e cometendo crimes. A sensaçao de impunidade é muito grande", comentou.

A respeito da "contaminação" criminal na sociedade mato-grossense, Campos Filho afirmou que esse fato tem dificultado o trabalho da Polícia Militar, uma vez que entram para a criminalidade pessoas com nível de ensino avançado, e que se posicionam como mentoras do crime. O coronel citou redes de assaltantes formadas por universitários. "Essas pessoas estão fazendo com que o crime seja profissionalizado, pois estão ficando cada vez mais organizadas, trabalhando com inteligência. Alguns, até, se especializando em tipos de crime e atuando com mentores capacitados", declarou.

Campos Filho demonstrou que essa evolução do crime no Estado é um assunto inquietante na cúpula da Polícia Militar, que busca de ações para frear esse tipo de criminalidade. Ele disse que abordagens e revistas vêm apresentando resultados satisfatórios. Tanto é que o número teve uma elevação de 95%, saindo de 589.054 abordagens de janeiro a setembro de 2008 para 1.148.566 no mesmo período em 2009. "Esse aumento foi estratégico, pois passamos maior sensação de segurança à população e diminuímos a oportunidade de delitos", informou.

Questionado se essa "contaminação" da criminalidade junto à população não afetaria a corporação da PM, Campos Filho disse que 0,5% do efetivo da polícia tem ligação com o mundo do crime. Ele considerou que esse número é baixo e que a situação vem sendo controlada, com a conscientização dos membros da Polícia Militar. "Com uma atuação rígida da Corregedoria da PM nos casos de envolvimento de policiais com o crime, mostramos a nossa reprovação a esse tipo de situação. Se for necessário, cortaremos a própria carne", afirmou o comandante da PM.

Dados parciais

De acordo com a Assessoria de Planejamento Operacional, Estatística e Gestão (Apoeg), o número total de ocorrências registradas passou de 81.600 no ano de 2008 para 82.697, somente entre janeiro e setembro de 2009. As pessoas presas por mandado teve já um aumento de 21%, saindo de 699 para 845.

Apreensão de armas brancas (facas, estiletes e outros instrumentos pontiagudos) teve um aumento de 9%, saltando de 1.128 durante o ano passado para 1.230 somente entre janeiro e setembro de 2009. Algo semelhante ocorreu com as armas de fogo, cujas apreensões aumentaram 6%, saindo de 1.336 para 1.418.

Também aumentou o número de veículos recuperados, de 1.067 durante todo o ano de 2008 para 1.446 nesse período de 2009, aumentando a recuperação em 36%. Campos Filho associa esse volume as barreiras realizadas na região de fronteira, pois geralmente, os carros roubados no Estado acabam seguindo para Bolívia.

E os horários onde crimes contra o patrimônio mais ocorrem é entre a meia-noite e às 6h da manhã (sendo quase 25% em 2008 e próximo dos 38% em 2009) das ocorrências realizadas nesse horário. Já os roubos contra pessoas físicas acontecem em sua maioria entre o meio-dia e às 18 horas (32% em 2009 contra 35% em 2008), horário também propício para a maioria dos furtos (29% em 2009 contra 37% em 2008).





Fonte: Midia News

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