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Internacional
Segunda - 26 de Outubro de 2009 às 09:00

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Dois ataques com carros-bomba no centro de Bagdá deixaram pelo menos 132 mortos e 520 feridos na manhã deste domingo, de acordo com informações da polícia.

As explosões aconteceram quase ao mesmo tempo, às 10h30 da manhã, hora local, quando as pessoas se dirigiam ao trabalho, e atingiram o Ministério da Justiça e outro prédio do governo perto da Zona Verde, a região fortemente protegida no centro da capital iraquiana, causando muita destruição.

Policiais dizem que o número de vítimas deve aumentar, já que equipes de resgate ainda estão procurando sobreviventes e corpos nos escombros.

Estes foram os ataques mais mortíferos no país desde agosto de 2007, e ocorrem apenas três meses após os Estados Unidos terem passado o controle da segurança nas cidades iraquianas para as forças locais.

O último grande ataque em Bagdá aconteceu no dia 19 de agosto, quando caminhões-bomba atingiram prédios do governo matando ao menos 100 pessoas.

Na época, o governo iraquiano culpou militantes estrangeiros e acusou a Síria de envolvimento, além de exigir uma investigação das Nações Unidas.

Desta vez, analistas dizem que a insurgentes estrangeiros devem voltar a ser responsabilizados pelos ataques, vistos como uma suposta tentativa de desestabilizar a situação no Iraque antes das eleições marcadas para meados de janeiro do ano que vem.

Al-Qaeda

O primeiro-ministro iraquiano, Nouri Al-Maliki, visitou o local do ataque e emitiu um comunicado acusando a Al-Qaeda e simpatizantes do ex-presidente Saddam Hussein pelos atentados.

“Esses ataques terroristas covardes não podem afetar a determinação do povo iraquiano de continuar com sua luta contra os remanescentes do regime desmantelado e os terroristas da Al-Qaeda, que cometeram crimes brutais contra civis”, disse.

“Eles querem provocar caos no país, impedir o processo político e evitar as eleições parlamentares”, afirmou o premiê.

O presidente Jalal Talabani, por sua vez, disse que os autores dos ataques “não escondem mais seu objetivo”. “Eles declaram publicamente que estão atacando o Estado”, disse.

Segundo um porta-voz da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou por telefone com Al-Maliki e com Talabani para expressar seu apoio ao governo iraquiano.

Em um comunicado, Obama disse que os ataques são uma tentativa de prejudicar o processo de pacificação do país.

"Estas bombas não servem a nenhum propósito a não ser o de assassinar homens, mulheres e crianças inocentes, e só revelam a agenda destrutiva e de ódio daqueles que querem negar ao povo iraquiano o futuro que ele merece", disse Obama no comunicado.

Suicidas

Nuvens de fumaça podiam ser vistas no centro de Baghdad na manhã deste domingo após a explosão dos dois veículos carregados com explosivos ao lado da Zona Verde, coração administrativo da capital.

Segundo as autoridades iraquianas, os ataques foram suicidas. Os carros teriam sido dirigidos até locais de estacionamento e detonados em seguida.

Entre os mortos, acredita-se que estariam vários funcionários do conselho provincial de Bagdá, responsável pela administração da cidade, cujo escritório foi atingido pelas explosões.

O correspondente da BBC em Bagdá Gabriel Gatehouse disse ter sentido a força das explosões, apesar de estar a quilômetros de distância dali no momento dos ataques.

A violência em geral caiu dramaticamente no Iraque no último ano, mas ataques esporádicos continuam em várias partes do país.





Fonte: BBC Brasil

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