Milheto potencializa a ração para as aves

A cultura do milheto no país é crescente e vem mostrando excelentes índices de produtividade em diversas regiões, especialmente no Centro-oeste. O híbrido ADR-7010 tem alcançado desempenho satisfatório e rentável ao produtor rural. O mercado de consumo vem aumentando na mesma proporção, pois os vários propósitos da cultura permitem sua utilização de diversas formas. A ração animal, por exemplo, é uma alternativa que chegou para ficar, a custos mais baixos, o produtor oferece alimentação de qualidade a sua criação sem qualquer prejuízo de crescimento, ganho de peso e qualidade total. Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Maringá (PR) comprovou que o uso do ADR-7010 para alimentação de frangos para corte e galinhas poedeiras, traz rentabilidade e agrega valor ao que é produzido. O objetivo do estudo foi avaliar a viabilidade econômica e o desempenho das aves, com rações contendo níveis crescentes de ADR-7010.

A pesquisa realizada pelo Departamento de Zootecnia da Universidade utilizou 960 pintos para corte, com um dia de idade, distribuídos de forma casual em seis tratamentos diferentes, com cinco repetições, sendo 32 aves por unidade experimental. A alimentação foi feita com uma ração testemunha à base de milho e farelo de soja e outras que possuíam 20, 40, 60, 80 e até 100% do híbrido de milheto. De acordo com a professora Alice Murakami observou-se um efeito linear em níveis crescentes do ADR 7010 sobre o ganho de peso das aves. Esses índices crescentes foram alcançados porque o milheto, especialmente híbrido, possui valores nutricionais maiores e mais proteína que o milho. "Pelos resultados obtidos, o milho pode ser substituído pelo milheto ADR 7010 em 100%, o que corresponde a cerca de 60% de inclusão de milheto, sem prejuízos ao desempenho das aves", reforça ela.

No caso das poedeiras, foram utilizadas 336 aves, também distribuídas de forma casual em seis tratamentos, com sete repetições e oito aves por unidade experimental. A alimentação à base de ração foi ministrada da mesma forma que com os pintos, mas o objetivo do estudo foi a qualidade dos ovos. O resultado demonstrou que a adição do milheto não mudou o consumo de ração (g/ave), a porcentagem de postura, a conversão alimentar, nem a qualidade dos ovos. Apenas houve redução na coloração da gema, surgindo a necessidade de incluir pigmentantes nas rações. "A adição de milheto na ração de poedeiras comparada à ração de milho mostrou-se viável economicamente em todos os níveis, exceto na adição de apenas 20% do ADR-7010", confirma a pesquisadora.

Com relação ao custo de produção e à rentabilidade o ADR-7010 também teve bom desempenho nos dois experimentos. No caso dos frangos, a margem bruta foi positiva em todos os tratamentos e o índice de rentabilidade foi de 67%. Para o tratamento com milho é necessário que se produza 1,91 kg de frango vivo para cobrir os custos com a ração, para dado preço do frango vivo e o tratamento com 20% de milheto na ração requer 1,80 kg de frango vivo.

O mercado comercial também cresce à medida em que há produção suficiente para atender a demanda. As indústrias de ração reconhecem o valor do ADR-7010 e, por isso a Sementes Adriana tem trabalhado para fomentar o comércio de grãos e para facilitar a relação entre o produtor e a indústria. "No entanto, os preços variam ano a ano, de acordo com o comportamento do mercado, assim como na comercialização de outros grãos, existem anos bons e não tão bons como gostaríamos", explica o gerente de originação, Ricardo Pádua.

Mesmo com algumas dificuldades, a Sementes Adriana, detentora do híbrido ADR-7010, trabalha para estabelecer um mercado forte e consolidado para a produção e consumo do milheto.