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Acesso é mais difícil para micro e pequeno
Levantamento da Serasa Experian revelou que a procura das empresas por crédito recuou pela segunda vez consecutiva no mês de setembro deste ano. De acordo com o Indicador Demanda das Empresas por Crédito houve variação negativa de 0,9% em relação à procura por crédito verificada em agosto/09, mês em que já havia sido registrado um recuo de 4,3%. Já na comparação anual, ou seja, contra o mesmo mês do ano passado, setembro/09 apresentou queda de 4,0%, a mesma verificada em agosto/09 comparativamente a agosto/08. No acumulado dos primeiros nove meses de 2009 o recuo na demanda das empresas por crédito foi de 5,6% frente ao mesmo período de 2008. Na classificação por porte, apenas as micro e pequenas empresas registraram recuo na procura por crédito em setembro/09. Na opinião de Fábio Rogério da Silva, analista da unidade de Consultoria e Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae-MT, o maior problema, que atinge os pequenos e micro empresários, não apenas de Mato Grosso mas de todo o país, está no foco do sistema bancário mais preocupado em atender a grande empresa.
"Ainda há muitas exigências para o pequeno empresário e isso dificulta o seu acesso ao crédito. Por outro lado há também um pouco de falta de informação por parte do próprio empreendedor que não se prepara, não procura manter uma relação com o banco e consequentemente o seu cadastro atualizado, o que facilitaria muito o processo", diz Fábio. De acordo a classificação do Sebrae, a micro empresa é aquela com faturamento de até R$ 240 mil ao ano. Já a pequena empresa fatura de R$ 240 mil a R$ 2,4 milhões/ano. Acima disso a empresa já é considerada de grande porte. "O Sebrae trabalha como um intermediador atuando com os bancos e governos, buscando resolver alguns problemas que emperram a concessão do crédito a este público específico. Essa relação entre o banco e o empresário já mudou bastante, mas ainda pede alguns ajustes. Acredito que esta queda revelada pelo levantamento da Serasa seja sazonal, não costuma ser uma realidade de mercado".
Ainda de acordo com o levantamento da Serasa por segmento econômico apenas o setor de Serviços elevou a sua procura por crédito em setembro/09 na comparação com agosto/09 com alta de 1,4%. Tanto a Indústria quanto o Comércio registraram quedas no mês passado em termos de demanda por crédito: -2,2% (Indústria) e -2,7% (Comércio). No acumulado de janeiro a setembro, a Indústria tem apresentado a maior queda na sua procura por crédito (recuo de 6,2% ante o mesmo período de 2008), seguida de perto pelo setor de Serviços (-5,9%) e pelo Comércio (-5,6%).
Crise - Para Luiz Rabi, gerente do Indicador Serasa Experian, uma explicação para esta queda na procura por crédito por parte das micro e pequenas empresas está na crise financeira. "O mercado internacional tinha grandes empresas captando recursos no exterior para financiar projetos de investimento. Isso se deu até outubro de 2008. Com o agravamento da crise estas companhias tiveram que se financiar no mercado doméstico. O sistema financeiro viu a necessidade de atender este grupo e, com uma maior demanda, acabou deslocando as empresas menores para fora do mercado", explicou. "O recurso é escasso, não há dinheiro para todo mundo e a corda acabou arrebentando do lado mais fraco".
Segundo o gerente este cenário negativo não deve e não pode perdurar por muito tempo. "O governo começou a tomar algumas medidas para fazer com que houvesse um melhor acesso ao crédito para estas empresas menores. Criou, por exemplo, o Fundo Garantidor operado pelo Banco do Brasil para tentar facilitar esse acesso. Ainda não há efeitos deste fundo, mas como o mercado internacional está voltando aos patamares pré-crise, acredito em uma reversão deste cenário".
Mais do que um desejo, de acordo com Rabi esta é uma necessidade já que o crédito para a pequena empresa significa basicamente capital de giro. "Estamos em um momento, entre setembro e final de ano, em que elas mais precisam, principalmente o varejo já que entre outubro e novembro este segmento começa a fazer estoques para o Natal. Por isso é importante que o acesso ao crédito seja rapidamente restabelecido. Se isso não acontecer o Natal pode não ser tão bom quanto se espera".
Exceção - O comerciante Sebastião Bueno da Silva está satisfeito com a resposta que recebeu do Banco do Brasil quando foi solicitar crédito para abrir, com a mulher, uma loja de produtos para confeitaria destinada a donas de casa. O único obstáculo, segundo ele, é que o banco pede que antes de conceder o crédito a empresa seja aberta. "Eu estou procurando um ponto bom. Aí preciso alugar este ponto para abrir oficialmente a empresa e então voltar ao banco com a documentação necessária".
Segundo o projeto elaborado com a ajuda do Sebrae são necessários de R$ 50 a R$ 60 mil para abrir a confeitaria. "Na conversa com os bancos eu não ouvi negativas, mas vou fechar acordo com o que me ofereceu as menores taxas de juros. Eu tenho que ter subsídios financeiros para me manter até a empresa ser aberta e, então, poder receber a ajuda do banco. O ideal é que eu pudesse ter acesso a este recurso desde o início".
Para ter acesso ao crédito bancário como pessoa jurídica Sebastião Silva terá ainda que apresentar algumas garantias. "Mesmo com estas exigências eu me senti apoiado pela instituição financeira. É só ter planos que estejam dentro da realidade e toda a documentação certa. O que me ajudou bastante foi a minha experiência de mais de 30 anos no comércio varejista, o que me fez trabalhar dentro de um universo real e não sonhar demais. Gostaria de estar em um processo mais adiantado, mas a greve dos bancos atrapalhou. Mesmo assim eu pretendo que a empresa esteja funcionando já em janeiro do próximo ano".
"Ainda há muitas exigências para o pequeno empresário e isso dificulta o seu acesso ao crédito. Por outro lado há também um pouco de falta de informação por parte do próprio empreendedor que não se prepara, não procura manter uma relação com o banco e consequentemente o seu cadastro atualizado, o que facilitaria muito o processo", diz Fábio. De acordo a classificação do Sebrae, a micro empresa é aquela com faturamento de até R$ 240 mil ao ano. Já a pequena empresa fatura de R$ 240 mil a R$ 2,4 milhões/ano. Acima disso a empresa já é considerada de grande porte. "O Sebrae trabalha como um intermediador atuando com os bancos e governos, buscando resolver alguns problemas que emperram a concessão do crédito a este público específico. Essa relação entre o banco e o empresário já mudou bastante, mas ainda pede alguns ajustes. Acredito que esta queda revelada pelo levantamento da Serasa seja sazonal, não costuma ser uma realidade de mercado".
Ainda de acordo com o levantamento da Serasa por segmento econômico apenas o setor de Serviços elevou a sua procura por crédito em setembro/09 na comparação com agosto/09 com alta de 1,4%. Tanto a Indústria quanto o Comércio registraram quedas no mês passado em termos de demanda por crédito: -2,2% (Indústria) e -2,7% (Comércio). No acumulado de janeiro a setembro, a Indústria tem apresentado a maior queda na sua procura por crédito (recuo de 6,2% ante o mesmo período de 2008), seguida de perto pelo setor de Serviços (-5,9%) e pelo Comércio (-5,6%).
Crise - Para Luiz Rabi, gerente do Indicador Serasa Experian, uma explicação para esta queda na procura por crédito por parte das micro e pequenas empresas está na crise financeira. "O mercado internacional tinha grandes empresas captando recursos no exterior para financiar projetos de investimento. Isso se deu até outubro de 2008. Com o agravamento da crise estas companhias tiveram que se financiar no mercado doméstico. O sistema financeiro viu a necessidade de atender este grupo e, com uma maior demanda, acabou deslocando as empresas menores para fora do mercado", explicou. "O recurso é escasso, não há dinheiro para todo mundo e a corda acabou arrebentando do lado mais fraco".
Segundo o gerente este cenário negativo não deve e não pode perdurar por muito tempo. "O governo começou a tomar algumas medidas para fazer com que houvesse um melhor acesso ao crédito para estas empresas menores. Criou, por exemplo, o Fundo Garantidor operado pelo Banco do Brasil para tentar facilitar esse acesso. Ainda não há efeitos deste fundo, mas como o mercado internacional está voltando aos patamares pré-crise, acredito em uma reversão deste cenário".
Mais do que um desejo, de acordo com Rabi esta é uma necessidade já que o crédito para a pequena empresa significa basicamente capital de giro. "Estamos em um momento, entre setembro e final de ano, em que elas mais precisam, principalmente o varejo já que entre outubro e novembro este segmento começa a fazer estoques para o Natal. Por isso é importante que o acesso ao crédito seja rapidamente restabelecido. Se isso não acontecer o Natal pode não ser tão bom quanto se espera".
Exceção - O comerciante Sebastião Bueno da Silva está satisfeito com a resposta que recebeu do Banco do Brasil quando foi solicitar crédito para abrir, com a mulher, uma loja de produtos para confeitaria destinada a donas de casa. O único obstáculo, segundo ele, é que o banco pede que antes de conceder o crédito a empresa seja aberta. "Eu estou procurando um ponto bom. Aí preciso alugar este ponto para abrir oficialmente a empresa e então voltar ao banco com a documentação necessária".
Segundo o projeto elaborado com a ajuda do Sebrae são necessários de R$ 50 a R$ 60 mil para abrir a confeitaria. "Na conversa com os bancos eu não ouvi negativas, mas vou fechar acordo com o que me ofereceu as menores taxas de juros. Eu tenho que ter subsídios financeiros para me manter até a empresa ser aberta e, então, poder receber a ajuda do banco. O ideal é que eu pudesse ter acesso a este recurso desde o início".
Para ter acesso ao crédito bancário como pessoa jurídica Sebastião Silva terá ainda que apresentar algumas garantias. "Mesmo com estas exigências eu me senti apoiado pela instituição financeira. É só ter planos que estejam dentro da realidade e toda a documentação certa. O que me ajudou bastante foi a minha experiência de mais de 30 anos no comércio varejista, o que me fez trabalhar dentro de um universo real e não sonhar demais. Gostaria de estar em um processo mais adiantado, mas a greve dos bancos atrapalhou. Mesmo assim eu pretendo que a empresa esteja funcionando já em janeiro do próximo ano".
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/152388/visualizar/
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