Programa fortalecerá o cooperativismo em Mato Grosso
Os parceiros do Cooperar e Crescer assinaram o protocolo de intenção nesta quarta-feira durante a festa de 20 anos da Central Sicredi MT
A Central SICREDI MT, PA e RO oficializou na noite desta quarta-feira (21.10), durante a festa dos 20 anos, em Cuiabá, a parceria para realização do programa Cooperar e Crescer, que começou a ser colocado em prática em março deste ano com o objetivo de apoiar, sustentar e fortalecer o cooperativismo. Figuram entre os parceiros do projeto a Empaer, MT Regional/Seder, OCB-Sescoop/MT, Aprosoja e Famato.
O evento contou com a presença do governador Blairo Maggi, o vice-governador Silva Barbosa, secretários de Estado e representantes de entidades ligadas à agropecuária e ao cooperativismo mato-grossense.
“Tenho certeza que daqui a 100 anos, quando contarem a história de Mato Grosso, a história com certeza reservará um lugar de honra ao Sicredi. Gostaria de estar vivo daqui a 100 anos para dizer o seguinte: nós não temos inveja nem medo de competir com o Rabo Bank [maior banco cooperativo holandês]”, disse Maggi ao parabenizar o Sicredi pelos 20 anos de existência no Estado.
Além de crédito, O Sicredi tem o papel de oferecer as bases do programa com o apoio do experiente consultor Walter Heck, ex-prefeito de Crissiumal (RS), contratado para levar aos moradores do interior de Mato Grosso os princípios do cooperativismo. “Minha tarefa é indicar alguns caminhos que levam à construção do desenvolvimento econômico e social e apoiar os "atores locais" em todas as etapas da construção e execução do programa”, explica Heck.
De acordo com o Secretário Estadual de Desenvolvimento Rural, Eldo Egon, o governo dará a assistência técnica necessária para o desenvolvimento no programa. “Não basta somente ter o recurso se não tiver um acompanhamento e organização da cadeia produtiva”, salienta Egon.
O projeto atua em municípios, que coordenam as atividades por meio das Secretarias de Agricultura. Gaúcha do Norte, Nortelândia, Nova Santa Helena, Cláudia, Colniza, estão em estágios similares – já realizaram seminários de desenvolvimento, escolheram arranjos produtivos ou eixos de trabalho, implantaram Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e contrataram médicos veterinários. Algumas dessas cidades já concluíram ou estão realizando a pesquisa da demanda local de alimentos e produtos, além de já contar com um número expressivo de inscritos para a montagem de empreendimentos.
Rosário Oeste, Juscimeira, Nova Maringá, Bom Jesus do Araguaia e Itanhangá conduzem os trabalhos em ritmo semelhante. No mês de novembro, o Cooperar e Crescer chegará a Alto Paraguai.
“Com o apoio dos parceiros, o Sicredi realiza seminários, palestras, diagnósticos de potencialidades e outras atividades que mobilizam as comunidades locais em prol do desenvolvimento sustentável”, esclarece Marcos Ussit, consultor de negócios da Central Sicredi MT.
Os resultados já começaram a aparecer no dia a dia dos municípios que participam do projeto. Em Bom Jesus do Araguaia, por exemplo, os trabalhadores rurais se organizaram e constituíram um sindicato. Também foi criada uma Associação Comercial e legalizado um laticínio que já estava em funcionamento na cidade. A Associação de Mulheres Artesãs, que antes do projeto era desarticulada, passou a atuar de forma integrada. Os moradores da cidade decidiram ainda lançar um concurso nas escolas para escolher o nome e a logomarca da cooperativa que será aberta com o objetivo de comercializar os produtos locais.
Dentre os fatores positivos na implementação do Cooperar e Crescer, Heck elenca a credibilidade do SICREDI, o empenho dos gestores públicos parceiros do projeto e o desenvolvimento da agropecuária no Estado.
“O projeto privilegia municípios com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) com intuito de criar alternativas para os pequenos produtores e micro empreendedores, permitindo que eles consigam se organizar por meio de cooperativas, associações e condomínios”, explica o presidente da Central Sicredi MT, RO e PA, João Spenthof.
“Mato Grosso possui enormes desigualdades regionais que poderão ser diminuídas a partir do cooperativismo. Mas a preocupação central é ser modelo e solução para reduzir as desigualdades entre as regiões e entre as pessoas. Se quisermos construir uma sociedade mais justa e igual, com certeza, o cooperativismo é o caminho”, argumenta Heck.
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