Jornalista do "El País" diz ter sido ameaçado no morro dos Macacos

"Sou jornalista e vim falar com alguns vizinhos sobre o que se passou durante o fim de semana" -- disse o jornalista Francho Barón, enviado do jornal espanhol "El País" à favela carioca do morro dos Macacos, no Rio de Janeiro, onde, desde o último sábado (17), confrontos entre grupos de traficantes e policiais militares já deixaram ao menos 33 mortos. "O português se amarra na minha garganta pelo medo".

"Você está mentindo, vamos te matar aqui mesmo", respondeu um dos traficantes, de acordo com os relatos de Barón em sua reportagem para o jornal.

No texto, o jornalista narra sua entrada na favela na terça-feira (20), em que obteve a seguinte afirmação de um policial: "Tudo parece calmo, mas não posso garantir nada. Se você entrar é sob sua responsabilidade".

Barón relata que foi levado por traficantes e, ameaçado com um fuzil, teve que mostrar seu equipamento para convencer os homens que não havia nada que pudesse comprometê-los.

"Jornalista, pare de tremer, se nós quiséssemos você já estaria morto", disse um dos homens.

Francho Barón foi liberado após ter parte de seu equipamento retido.