Gilmar Mendes critica falta de ações articuladas na segurança pública no país

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, criticou nesta terça-feira a falta de articulação nas ações de segurança pública no país. Ao comentar a recente guerra do tráfico no Rio, ele disse que o problema não é apenas local, e que o tema da segurança é de responsabilidade nacional.

Mendes sugeriu até a discussão a respeito do uso das Forças Armadas nas ações de repressão ao tráfico nas fronteiras, mas evitou falar sobre a possibilidade de emprego dessas forças militares em áreas urbanas.

"É preciso rediscutir o modelo da seguranças pública, se criar até mesmo um Fundef [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério] para a segurança. Não se trata apenas de subsidiar o Rio de Janeiro, de repassar recursos, mas tem que haver uma articulação nacional. Talvez tenhamos que discutir até mesmo, em algum tópico, o emprego das Forças Armadas em matéria de segurança pública", afirmou Mendes, ao ser questionado sobre os confrontos entre quadrilhas rivais do tráfico de drogas na zona norte do Rio, que já causaram 24 mortes desde o fim de semana.

O ministro afirmou estar convencido de que o Brasil precisa de um "programa sério de segurança pública". Mendes disse que a responsabilidade sobre o tema não envolve apenas autoridades locais, e cobrou ações coordenadas pelo governo federal.

Citando como exemplo uso de armamento pesado por parte de bandidos, o presidente do STF criticou a falta de controle nas fronteiras do país. Ele citou ainda a entrada de drogas produzidas em outros países.

"Me parece que temos que discutir isso, há uma responsabilidade nacional, não podemos imputar isso apenas às autoridades locais, não podemos mais tratar questão de segurança pública como tema local", disse.