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Nacional
Segunda - 19 de Outubro de 2009 às 08:40
Por: Marina Mello

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Uma ofensiva que vem sendo preparada pela oposição será usada como tentativa para dar novo fôlego à considerada "morna" CPI da Petrobras. O PSDB reforçou sua assessoria técnica para tentar reunir informações que possam dar força às suspeitas de fraudes em licitações e contratos de reforma de plataformas petrolíferas feitas pela estatal.

A idéia dos oposicionistas é encontrar a "cereja do bolo", isto é, uma denúncia de irregularidade nos contratos da estatal possa ter grande repercussão nacional. Nos bastidores, porém, a avaliação é de que a oposição fracassou, porque todas as denúncias investigadas pela CPI são muito técnicas e abertas a várias interpretações, o que dificultar a condução dos trabalhos dos parlamentares e dá menos publicidade à comissão.

"Por mais graves que fatos apurados sejam, uma CPI não vai pra frente sem que se dê publicidade. Esse é o caso da CPI da Petrobras", diz o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), idealizador da comissão.

Segundo interlocutores, nos últimos dias, membros da oposição teriam se reunido com o líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) para tentar encontrar uma "saída honrosa", que não desmoralize os oposicionistas no final da CPI. Além das dificuldades técnicas, a oposição enfrenta um problema ainda mais sério: a blindagem governista que tem ampla maioria dentro da comissão.

Na tentativa de reforçar as apurações da CPI, a oposição quer convocar para depoimento funcionários da Petrobras que foram presos na Operação Águas Profundas da Polícia Federal. Os requerimentos de convocação dos envolvidos com esta operação já foram apresentados pelo senador Álvaro Dias, resta saber se a base governista vai permitir que a CPI aprove as convocações. A previsão é de que, na próxima terça-feira, o assunto seja tratado em reunião administrativa da comissão.

A assessoria técnica do PSDB já conseguiu levantar que três empresas investigadas na operação voltaram a firmar contratos com a Petrobras, isso menos de um ano depois de serem denunciadas pelo Ministério Público por suspeita de fraudes em licitações para obras de plataformas petrolíferas.

Agora, acredita-se que, com o reforço nos dados obtidos com o trabalho da assessoria técnica, a CPI ganhe novo pique. Isso se a oposição conseguir aprovar os requerimentos convocando os envolvidos com a operação da PF.

Na opinião do senador Delcídio Amaral (PT-MS), dificilmente os oposicionistas conseguirão aprovar as convocações já que, no voto, a base governista consegue vencer por ter maioria.

Mesmo assim, questionado sobre o esfriamento da CPI, o petista prefere adotar uma postura cautelosa. "Uma CPI só acaba quando termina. Precisamos ter muita cautela. Na CPI dos Correios, quando menos se esperava, apareceram novas denúncias. Não podemos também cair no jogo do 'já ganhou', porque podemos nos prejudicar", afirmou.




Fonte: Terra

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