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Agronegócios
Sábado - 17 de Outubro de 2009 às 03:12
Por: Elisete Mengatti / Cleber Gell

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“Fazer reforma agrária não é simplesmente doar um pedaço de terra a uma família e abandoná-la a própria sorte. Para que essa família possa tirar da terra o seu sustento, é preciso que haja, no mínimo, orientação técnica e linhas de financiamento. Caso contrário, o resultado certamente será desastroso, como estamos constatando” disse Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), ao avaliar a pesquisa sobre os assentamentos rurais realizada pelo IBOPE, a pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A enquete abrangeu mil famílias de assentamentos já consolidados da reforma agrária, em nove Estados, entre eles Mato Grosso.

De acordo com os resultados 72,3% das famílias assentadas não conseguem gerar nenhum tipo de renda com a produção de seus lotes. Desse conjunto, 37% não estão produzindo nada; 10,7% não conseguem o suficiente para garantir o próprio abastecimento; e 24,6% produzem somente o necessário para se alimentar. O bloco dos que alimentam a família e vendem excedentes, gerando renda, é de apenas 27,7%.

“Este resultado deixa claro que o governo desenvolve um modelo completamente equivocado de reforma agrária. Não é distribuindo lotes de terra que o governo vai resolver o problema dessas famílias” afirmou Prado.

O presidente destacou o fato de os recursos repassados pelo governo federal para apoio e qualificação dessas famílias assentadas, não chegarem a seu destino, já que, de acordo com a pesquisa, 75% das famílias não tiveram acesso aos créditos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e 46% dos assentados já venderam as terras para terceiros “Em que mãos foram parar estes recursos?” indagou.

A pesquisa constatou também que 83% dos pesquisados nunca participaram de qualquer tipo de curso de qualificação. Dos 17% que já frequentaram cursos, somente 2% indicaram que esses cursos foram promovidos por alguma cooperativa. Do público que participou de cursos, 53% frequentaram ações de capacitação realizadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), instituição ligada ao sistema sindical patronal (CNA-Federações-Sindicatos Rurais), que desenvolve ações de promoção social e formação profissional, que atende o produtor e o trabalhador rural brasileiro.

“Esses números deixam clara a ausência do governo nos assentamentos rurais. Isso acontece em todos os estados brasileiros, especialmente em Mato Grosso, onde os assentados enfrentam todos os tipos de dificuldades e necessidades. Esse modelo de reforma agrária não atende os anseios do homem com vocação para a terra” enfatizou Prado.





Fonte: Ascom Famato

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