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Polícia Brasil
Quinta - 15 de Outubro de 2009 às 14:53

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Uma mulher grávida de oito meses e o marido dela foram baleados durante uma fiscalização realizada pelo Grupo Especial de Fronteira (Gefron) na região de Cáceres (224 quilômetros de Cuiabá). O casal voltava de uma festa na localidade conhecida como Alambrado, com outras duas pessoas, quando avistou uma caminhonete parada às margens da rodovia. Segundo as vítimas, não havia qualquer sinalização apontando que aquela era uma barreira móvel do Gefron e, por este motivo, o grupo não parou. Assim que o carro passou pela caminhonete da polícia, foi atingido por pelo menos três tiros. Dois dos disparos acertaram passageiros do veículo.

K.F., que está grávida, viajava com o marido no banco de trás do veículo. Ela foi baleada no pé direito e ele no braço direito. "Não me conformo com o que aconteceu. Eles jamais poderiam ter atirado contra o carro", reclamou a vítima, que conversou por telefone com a reportagem do site da TV Centro América. Ela e o marido foram medicados e passam bem.

A abordagem

Os quatro amigos - o casal e outros dois homens - que trabalham em Cáceres, foram na noite de domingo a uma festa em um sítio nas proximidades do Posto do Limão, onde há uma barreira do Gefron. Por volta de 23h30, os quatro pegaram o Corsa de K.F. e decidiram voltar para a cidade. "Quando passávamos cinco quilômetros depois de uma ponte, avistamos uma caminhonete, que deu luz alta. Não emitiram nenhum outro sinal para parar. Pensamos que eram assaltantes", explicou a vítima. Ela ressaltou que, como não havia nenhuma identificação de que aquela caminhonete era da polícia, nem havia outra sinalização de que aquela era uma barreira móvel, o motorista continuou na estrada.

"Quando passamos pela caminhonete, os tiros foram disparados. Olhamos pelo retrovisor e percebemos que era a polícia porque ligaram o giroflex. Paramos o carro e descemos com as mãos na cabeça. Fui a última a descer porque estava no banco atrás do motorista. Senti que tinha levado um tiro no pé", relata a passageira.

O Gefron contesta a versão dada pelas vítimas. Segundo os policiais, havia uma denúncia de que um automóvel suspeito, semelhante ao das vítimas, passaria pelo mesmo local e deveria ser abordado. Ainda de acordo com o Gefron, havia um policial fazendo a sinalização da barreira móvel e o giroflex da caminhonete estaria ligado. Os policiais alegaram que os tiros foram disparados em direção ao pneu do Corsa.

Socorro

"Quando descemos do carro os policiais perguntaram se não tínhamos visto o sinal para parar. Disse que não. De imediato eles nos socorreram - eu e meu marido - até o Hospital Regional em Cáceres. Nossos dois amigos ficaram na estrada com o carro, que foi revistado. Não foi encontrada nenhuma irregularidade", lembra K.F.

A bala continua alojada no pé de K.F. já que ela está grávida e não poderia tomar anestesia para retirar o projétil. "Só estou tomando um analgésico. Minha preocupação agora é antecipar o parto para poder tirar a bala".

Três tiros

O carro foi atingido por três tiros, sendo um na lateral da porta, um atrás do veículo e outro no pneu. O veículo deve passar por uma perícia nesta quinta-feira no Centro Integrado de Segurança e Cidadania de Cáceres.

A atitude dos policiais poderia ter provocado uma tragédia na fronteira. A vítima questiona a atitude dos cinco policiais que participaram da ação. "Eles reconheceram parcialmente o erro deles, admitiram que havia pessoas idôneas no carro e tiveram hombridade de relatar isso no boletim de ocorrência. Mas não houve desobediência da nossa parte e eles jamais poderiam ter atirado na gente".

Os policiais relataram que a viatura estava posicionada em uma região com grande número de ocorrências de casos de tráfico de drogas. Por conta disso, realizaram a barreira na intenção de coibir o tráfico e se depararam com o grupo que voltava do sítio. O Gefron alega que os tiros foram disparados na direção dos pneus do veículo e confirmaram que não havia qualquer irregularidade com os ocupantes nem com o automóvel.

"Não precisavam disparar. Foi uma arbitrariedade muito grande. Ou uma caminhonete não conseguiria interceptar um Corsa 94?", reclama a vítima. "Por Deus não nos acertaram gravemente".





Fonte: Redação TVCA

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