Inadimplência do consumidor volta a nível pré-crise, diz Serasa
A inadimplência do consumidor cresceu 3,9% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2008, menor variação anual desde junho do ano passado (de 7,1%), cerca de três meses antes do início da crise econômica mundial, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Serasa Experian, empresa especializada na análise de crédito.
Os analistas da empresa avaliam que a queda dos juros, a recuperação do emprego formal e da massa de rendimentos e a renegociação de dívidas estão dando a oportunidade para o consumidor reorganizar sua situação financeira. Com a redução do desemprego e a expansão da atividade econômica, a inadimplência do consumidor deve apresentar quedas contínuas, segundo a Serasa.
Na comparação com agosto, a inadimplência do consumidor caiu 1,7% no mês passado, o que marca a segunda queda mensal consecutiva. O resultado, segundo a Serasa, mostra que a recuperação da economia brasileira vem se consolidando mês a mês. Entre os períodos acumulados de janeiro a setembro deste ano e do ano passado, o indicador de inadimplência subiu 8,9%, segundo menor avanço em 2009.
As dívidas com bancos lideraram o ranking da inadimplência do consumidor no acumulado do ano, representando 44,4% do total, seguidas de cartões de crédito e financeiras (36,3%) e cheques sem fundos (17,3%).
Ontem, o Ministério do Trabalho divulgou os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram a criação de 252.617 empregos formais no país no mês passado --melhor resultado do ano e o segundo melhor para o mês de setembro dentro da série histórica, iniciada em 1992.
O saldo de empregos de setembro deste ano é resultado da contratação de 1,458 milhão e demissão de 1,23 milhão de pessoas e ficou 0,77% acima do estoque de assalariados de agosto. Nos nove primeiros meses de 2009, foram gerados 932.651 postos, superando as mais de 800 mil vagas fechadas entre novembro e janeiro, por conta da crise econômica. Considerando os últimos 12 meses, foram 298.285 postos.
Além disso, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou no mês passado que a economia brasileira cresceu 1,9% no segundo trimestre, frente aos três meses imediatamente anteriores. Com isso, o Brasil saiu do quadro de recessão técnica, quando há duas retrações consecutivas --no primeiro trimestre, a queda foi de 1% após revisão (a leitura inicial era de queda de 0,8%), e no quarto trimestre de 2008, o recuo havia sido de 3,4% após revisão (o dado anterior era de queda de 3,6%).
Comentários