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Saúde
Terça - 13 de Outubro de 2009 às 17:53

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Agora, no momento em que lê esta reportagem, como você está sentado? Muitas vezes não notamos nossa postura, mas um estudo indica que ela influencia mais do que o corpo.

Pesquisadores da Universidade de Ohio (EUA) mostraram que sentar com a coluna ereta dá mais confiança à pessoa em relação a seus próprios pensamentos.

Uma equipe de psicólogos descobriu que aqueles a quem pediam para sentar-se corretamente estavam mais propensos a acreditar no que escreviam sobre suas próprias qualidades para uma vaga de emprego. Já aqueles que estavam "largados" se mostraram menos inclinados a assumir as qualidades que descreveram.

Segundo Richard Petty, coautor do estudo e professor de psicologia da universidade, os resultados mostram que a postura ereta influencia não apenas o jeito como os outros nos veem, mas a forma como nós nos percebemos.

"Se você se senta com a coluna ereta, sua postura acaba convencendo você mesmo", diz Petty, que conduziu o estudo com Pablo Briñol, atualmente na Universidade Autônoma de Madri, e Benjamin Wagner, estudante da Universidade de Ohio.

O estudo, publicado na edição deste mês da "European Journal of Social Psychology", avaliou 71 alunos da própria universidade.

Quando iam ao laboratório, os participantes eram informados de que participariam de dois estudos concomitantes --um para a escola de administração, outro para a de artes.

Os pesquisadores disseram que o estudo de artes examinaria fatores que contribuem para a habilidade de atuar --nesse caso, a habilidade de manter uma postura específica enquanto realiza outras atividades. Os estudantes foram colocados à frente de um computador e instruídos a se sentar eretos projetando o peito ou sentar inclinados para frente, "olhando para os joelhos".

Enquanto estavam em uma dessas posições, eles participaram do suposto estudo de negócios que investigaria fatores influentes na satisfação e na performance profissionais. Listaram três características positivas ou três negativas relacionadas a uma futura performance profissional.

Após cumprirem a tarefa, responderam a uma pesquisa na qual avaliaram a si mesmos sobre como seriam em seus futuros empregos. E a autoavaliação dependeu de qual postura eles adotaram enquanto descreviam suas características.

As avaliações dos estudantes que mantiveram a coluna reta estavam mais de acordo com as qualidades, boas ou más, descritas anteriormente.

Em outras palavras, se eles descreveram traços positivos de si mesmos, avaliaram a si mesmos mais positivamente. E, se listaram traços negativos, se autoavaliaram mais negativamente.

"A postura ereta deu mais confiança a seus pensamentos, fossem eles negativos ou positivos", diz Petty.

Já os alunos "desleixados" não se mostraram muito convencidos de seus próprios pensamentos. Suas avaliações não diferiram muito, não importando se escreveram coisas positivas ou negativas.

Petty ressalta que, durante a experiência, os pesquisadores não utilizaram palavras como "confiança", "dúvida" ou qualquer outra que indicasse um estado de espírito para solicitar determinado tipo de postura.

Uma pesquisa paralela mostrou que os estudantes em postura ereta, apesar de indicarem mais confiança, não se sentem conscientemente mais confiantes --indicando que os pensamentos são influenciados pela postura mesmo que não haja a percepção disso.

O estudo agora apresentado dá sequência a um conduzido por Petty e Briñol em 2003 sobre balançar a cabeça. Eles concluíram que as pessoas acreditam mais em seus pensamentos quando balançam a cabeça para cima e para baixo do que quando a balançam de um lado para outro.





Fonte: Folha Online

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