Taxa de juros deve ter terceiro aumento consecutivo
Analistas do mercado financeiro aumentaram mais uma vez a estimativa para a taxa básica de juros, a Selic, ao final de 2010. Segundo o boletim Focus, divulgado todas as semanas pelo Banco Central (BC), a expectativa para a taxa passou de 9,75% para 10,25% ao ano. Esse é o terceiro aumento seguido na projeção. Há quatro semanas, a estimativa era de 9,25% ao ano. Para o final de 2009, os analistas não alteram a projeção de 8,75% ao ano há 16 semanas.
A taxa básica de juros é o instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando a economia está aquecida e os preços estão em alta, o BC aumenta os juros básicos e os reduz quando ocorre o inverso. Portanto, o aumento na projeção para a Selic ao final do próximo ano é consequência da expectativa de que a economia estará mais aquecida em 2010.
Para o próximo ano, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de 4,80%, contra 4,50% previstos no boletim anterior. Neste ano, os analistas esperam por um crescimento de 0,10%, contra 0,01% previsto na semana passada.
Quanto à inflação, os analistas fazem projeções que estão dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. O centro da meta, para 2009 e 2010, é de 4,5%, com limite inferior de 2,5% e superior de 6,5%. O governo escolheu o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para acompanhar a meta de inflação. A estimativa dos analistas para esse índice neste ano é de 4,29%, contra 4,31% previstos no boletim anterior. Para 2010, a estimativa foi mantida em 4,40%.
Os analistas do mercado financeiro também fazem projeções para outros índices de inflação. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), neste ano, passou de 4,04% para 4%. Para 2010, a projeção também caiu, de 4,50% para 4,45%.
Para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) e o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a expectativa para este ano é de deflação. A estimativa de queda para o IGP-DI passou de -0,15% para -0,27% e para o IGP-M, de -0,52% -0,60%. Para esses dois índices, em 2010, foi mantida a projeção de alta de 4,5%.
A projeção para os preços administrados foi mantida em 4,10%, em 2009, e em 3,5% em 2010. Os preços administrados se referem aos valores cobrados por serviços monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento e transporte urbano coletivo, entre outros).
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