Bancários acabam com greve e avaliam posição de banqueiros

As agências bancárias de todo Estado deverão retonar as atividades de forma integral nesta sexta-feira (9). A decisão será tomada às 18h de hoje, em assembleia-geral, onde será apresentada a proposta feita pelos banqueiros ao Comando Nacional de Greve. Os banqueiros recuaram e apresentaram uma proposta ao Comando Nacional dos Bancários na negociação realizada em São Paulo, nessa quarta-feira (7). Em seu 15° dia, a greve continua. A orientação do CNB é que os sindicatos de todo o país aprovem a proposta. O Comando também orienta os funcionários do Banco do Brasil a aprovar a proposta específica, somente no BB foram conquistadas 10 mil novas negociações. Nessa manhã, ocorre a negociação com a Caixa Econômica Federal.

Ontem, a greve nacional dos bancários manteve sua força em seu 14º dia e fechou 7.222 agências nos 26 estados do país e no Distrito Federal, segundo levantamento da Contraf-CUT com base nos dados enviados pelos 134 sindicatos ligados ao Comando Nacional. Somente em Mato Grosso 110 agências pararam. Segundo Arilson, as unidades do Bradesco voltaram a funcionar a partir de hoje (8), em função de uma liminar concedida pela Justiça do Trabalho, coibindo a greve dos bancários.

Outros bancos como Itaú, HSBC, Santander e Unibanco também conseguiram liminar na Justiça. No entanto, a diretoria não utilizou o interdito e a greve foi mantida, às vezes, de forma parcial e noutras, total.

A resposta apresentada pelos Bancos, após intensa mobilização dos bancários, prevê 6 % aplicado a todas as verbas, representando 1,5% de aumento real; Pisos salariais de ingresso R$ 683,38 (portaria), R$ 980,08 (escriturário) e R$ 1.270,01 (caixa, sendo R$ 289,93 de gratificação); Sendo que após 90 dias o salário é modificado para R$ 748,59 (portaria), R$ 1.074,46 (Escriturário) e R$ 1.501,49 (caixa, já incluída gratificação).

Na área de saúde e condições de trabalho a proposta também foi melhorada. Prevê ampliação da Licença Maternidade para 180 dias; Isonomia de tratamento para homoafetivos; Os dias parados serão compensados até o dia 15 de dezembro de 2009 e não poderão ser descontados, a exemplo da Convenção Coletiva de 2008. Os Bancos mantiveram o auxílio refeição (R$ 16,88), auxílio cesta-alimentação (R$ 289,31), 13ª cesta-alimentação (R$ 289,31), auxílio-Creche/Babá (R$ 207,95), auxílio funeral (R$ 557,78), ajuda deslocamento noturno (R$ 58,22), indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto (R$ 83.175,62) e requalificação profissional (R$ 831,28).

Um dos pontos de maior entrave nas negociações, a Participação nos Lucros e Resultados, também obteve melhora. A regra básica assegura 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.024, com teto de R$ 6.680. Caso o valor distribuído para os bancários fique abaixo de 5% do lucro, o banco deverá aumentar a PLR de cada bancário até completar este percentual, com limite para cada bancário de 2,2 salários ou R$ 14.696, o que for atingido primeiro. Sendo que o total pago por cada banco poderá atingir até 13% do lucro líquido (os valores recebidos na regra Básica poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração de cada banco). Também foi garantida a parcela adicional de 2% do lucro líquido distribuído linearmente para todos os trabalhadores até o limite de R$ 2.100, mas os valores não poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração.

“Com mobilização e luta conseguimos valorização da PLR com base no lucro dos bancos independentes de variação. Conseguimos também licença maternidade de seis meses e mais contratações nos bancos públicos, que era também um desejo da sociedade”, avalia o presidente do SEEB-MT, Arilson da Silva. Por meio da assembleia os bancários poderão legitimar sua decisão de encerramento ou continuidade da greve. “Foi um avanço e uma vitória de todos que estão na luta, e a decisão de aceitar ou não é da assembléia. Uma vitória dos trabalhadores, parabéns pela luta”, finaliza.