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Cidades/Geral
Quinta - 08 de Outubro de 2009 às 02:43
Por: Kelly Martins

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A evidência de que o jogo do bicho ainda continua em Mato Grosso e a falta de segurança no sistema carcerário do Estado foram os principais motivos que levou o juiz da 2ª Vara de Execuções Penais, Adilson Polegato de Freitas, a determinar que João Arcanjo Ribeiro permaneça por mais 360 dias na Penitenciária Federal de segurança máxima de Campo Grande (MS). Essa é a segunda vez que o bicheiro tem a prisão prorrogada pela Justiça.

Arcanjo foi transferido para o estado vizinho em 16 de outubro de 2007, após ser deflagrada a operação Arrego, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). As investigações comprovaram que ele continuava a liderar o jogo do bicho de dentro da Penitenciária Central de Cuiabá, na época em que estava detido.

Conforme a decisão do juiz, João Arcanjo é criminoso de altíssima periculosidade que, por mais de vinte anos, liderou uma das maiores e mais violentas organizações criminosas do país.

O magistrado enfatiza ainda que o bicheiro, enquanto esteve preso no raio 5 do antigo Pascoal Ramos, transformou a cela em “escritório” de negócios criminosos, onde realizava constantes reuniões com seu genro Geovane Zem Rodrigues, considerado seu braço direito no esquema e responsável pela administração das atividades da quadrilha. Ele também chegou a ser preso na operação Arrego, mas está em liberdade.

“Agrava-se este fato pela circunstância de que o retorno do reeducando para este Estado o colocará mais próximo de seus comparsas, fortalecendo o poder de sua organização criminosa, vindo a intensificar suas atividades ilícitas”, consta trecho da decisão.

O juiz aponta ainda que Arcanjo continua a exercer as atividades criminosas, mesmo preso em outro Estado, e que seu retorno para a capital mato-grossense poderia facilitar sua fuga. “Existe o risco dos demais reeducandos tentarem usá-lo como moeda de troca para fazer exigência ao Poder Publico”.

Também estão presos em Campo Grande (MS) os ex-policiais militares Hércules de Araújo Agostinho e Célio Alves de Souza, acusados de serem o braço armado da organização criminosa liderada por Arcanjo.

Banco dos réus

Atualmente há quatro decisões para que João Arcanjo Ribeiro enfrente o júri popular. A última proferida pela Justiça é pelo assassinato do empresário Mauro Sérgio Benedito Manhoso, em 9 de outubro de 2000, próximo à Câmara Municipal de Cuiabá, na Rua Barão de Melgaço, no Centro. Outra se refere a morte do empresário Sávio Brandão, dono do Jornal Folha do Estado, assassinado no dia 30 de setembro de 2002.

Já a outra é pelo duplo assassinato dos empresários Rivelino Jacques Brunini e Fauze Rachid Jaudy Filho, crime ocorrido no dia 5 de junho de 2002. Ele também foi pronunciado pelo mando do triplo homicídio de Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges e Mauro Celso Ventura de Moraes, no dia 15 de maio de 2001. No entanto, Arcanjo ainda não enfrentou o Tribunal do Júri devido aos recursos impetrados por sua defesa.





Fonte: Olhar Direto

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