Lula diz que o único problema de Honduras é Micheletti
"A solução em Honduras seria simples se os que participaram do golpe de Estado saíssem e deixassem o presidente [deposto, Manuel Zelaya] voltar. As eleições seriam realizadas em novembro e ficaria tudo bem."
Lula afirmou que Zelaya é um "hóspede" na embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa, onde se encontra desde o dia 21 de setembro. "Ele chegou lá e não íamos deixá-lo desamparado", disse o presidente.
O presidente também lembrou do papel desempenhado pela embaixada cubana no Chile durante o golpe de Estado perpetrado pelo general Augusto Pinochet, em 1973. "Os chilenos se refugiaram na embaixada de Cuba e nem mesmo o Pinochet violou a integridade da embaixada", disse.
Na declaração final da cúpula bilateral, as autoridades brasileiras e europeias pediram que o governo interino de Honduras "respeite a inviolabilidade" da embaixada brasileira em Tegucigalpa. O texto também pede que seja mantida a integridade física de Zelaya, sua família e os membros de seu governo que o acompanham.
Distensão
Também nesta terça-feira, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou que "ao que parece, Micheletti se deu conta das besteiras que está fazendo". Garcia se referia ao fato de o presidente interino de Honduras ter mostrado, nos últimos dias, uma maior disposição para negociar um fim para a crise no país centro-americano e ter chegado a admitir, inclusive, um eventual retorno de Zelaya ao poder.
Em mais um sinal de distensão, o governo interino suspendeu, na segunda-feira, o estado de sítio que vigorava no país desde 26 de setembro, cinco dias após a volta de Zelaya a Honduras. Em uma entrevista coletiva no mesmo dia, Micheletti afirmou que os responsáveis pela deposição de Zelaya, em 28 de junho, serão "castigados" pela Justiça hondurenha.
Nesta quarta-feira (7), uma missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) desembarca em Honduras para negociar uma solução para crise no país.
A delegação será chefiada pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e contará ainda com os ministros das Relações Exteriores de Costa Rica, Equador, El Salvador, México, Panamá, Canadá e Jamaica, além dos embaixadores do Brasil e da Argentina na OEA.
A missão também contará com um representante do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.
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