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Economia
Segunda - 05 de Outubro de 2009 às 10:03
Por: Maria Angélica de Moraes

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Comercialização em Mato Grosso registra aumento de até 30% nos últimos três meses e expectativa é de aumento na demanda no fim de ano

Após um período de poucas vendas, resultado principalmente da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros zero quilômetro, o setor de usados volta a se recuperar. Se não houver investimento em estoque há o risco de faltar carro usado de boa qualidade para atender a uma demanda que tende a aumentar no final do ano. Quem avisa é Isnel Almeida, presidente da Associação de Revendedores de Veículos de Mato Grosso (Agenciauto-MT). Segundo, ele esta recuperação vem acontecendo há três meses com um incremento de 25% a 30% nas vendas ao longo deste período. "Eram comercializados no estado cerca de 12 mil veículos usados antes da crise econômica e da redução do IPI. Com a crise e a isenção do imposto as vendas caíram para cerca de 9 mil", ressaltou.

A expectativa crescente da retomada do setor de usados recai sobre o fim da isenção do IPI. Dia 30 de setembro foi o último dia para o consumidor comprar o carro popular com o imposto reduzido. O Ministério da Fazenda não sinalizou sobre mudanças no cronograma para o fim da alíquota zero ou redução, em alguns casos, para os automóveis. Com a medida em vigor os carros de 1.000 cilindradas, que tinham alíquota de 7% de IPI, ficaram isentos do imposto. Para os veículos entre 1.000 e 2.000 mil cilindradas, a redução foi de 13% para 6,5%, para os modelos a gasolina e de 11% para 5,5%, para modelos a álcool e flex. Sem a prorrogação do benefício a cobrança do IPI começou a vigorar no dia 1º deste mês. Inicialmente o imposto volta com alíquota de 1,5%, passando para 3% em novembro, 5% em dezembro e retornando a 7% a partir de janeiro de 2010.

Vantagens- "As pessoas estão percebendo que há muitos ganhos em um veículo seminovo, que é aquele fabricado a partir do ano de 2005. O carro zero quilômetro já tem uma defasagem de 25% a 30% do valor tão logo ele deixa a garagem. O seminovo já teve essa desvalorização, o IPVA é mais barato, o seguro idem e, dependendo do ano de fabricação, ele continua dentro da garantia", observou Almeida. "Além disso a valorização do seminovo está voltando a apresentar vantagens na troca por um zero quilômetro".

A Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), estima para este ano 8,5 milhões de negócios (em volume de vendas), R$ 170 bilhões em faturamento com a venda de seminovos e usados e R$ 120 bilhões na carteira de financiamentos. Os números são nacionais.

Período crítico - Na opinião de Adauto Silvério, proprietário da Adauto Veículos, em Cuiabá, o período mais crítico para os revendedores foi de janeiro a agosto deste ano. "Nós do mercado de usados sofremos porque não tivemos nenhum apoio do governo federal. A redução do IPI foi uma colaboração com as montadoras para evitar demissões, desemprego e retração no setor da indústria automobilística", frisou.

De acordo com o empresário a volta proporcional do IPI já está causando uma repercussão positiva ao setor de seminovos e usados. "No dia 16 de agosto eu vendi quatro carros. Só na última quinta (01) e sexta-feira (02) já vendi seis carros seminovos fabricados entre 2006 e 2008".

Silvério, no entanto, alerta o futuro comprador a pesquisar muito antes de fechar o negócio e observar tanto o estado do veículo quanto a marca para evitar uma desvalorização maior ainda. "Com esta recuperação do setor já estamos refazendo o estoque de carros seminovos e com isso começando a nos preparar para o final do ano que, provavelmente, será bem movimentado. Se não tomarmos providências agora corremos o risco de ficar sem estoque".

O empresário Diórgenes Renato Linard, proprietário da Automarcas Veículos, não está tão otimista com relação às vendas excepcionais de usados e seminovos a partir dos próximos meses até o final do ano. "É difícil prever o mercado futuro. A tendência é que o valor de um usado ou seminovo permaneça ou se equipare ao de um zero quilômetro. Onde houver mais procura vai haver consequentemente alteração de valores, é a lei de mercado à qual o setor vai se ajustar com o tempo. Não vejo recuperação de imediato, mas mesmo assim as expectativas são boas".

Segundo Linard, além do IPI reduzido outro fator que freou a comercialização de usados foi a restrição de crédito por parte das financeiras, também um obstáculo que está sendo revertido. "De julho para cá houve uma melhora no crédito com queda das taxas. As financeiras voltaram a facilitar a compra dos seminovos".

O empresário prevê ainda que o fim do benefício, mesmo que gradual, resultará na equiparação de preços entre veículos zero quilômetro e seminovos. "Com o valor dos carros zero subindo os atrativos de um seminovo se sobressaem e a tendência é o cliente procurar um pouco menos o carro zero e se atentar ao usado".

Mas mesmo com uma valorização prevista para o futuro o empresário alerta que agora é o melhor momento para trocar um carro usado por um seminovo ou dar este como forma de pagamento de um zero quilômetro. "Não compensa esperar o carro usado valorizar porque ele só vai ficando mais velho e o valor tende a cair. O seminovo está com um preço bom no mercado e, além disso, há as taxas de juros que já estão melhores o que facilita a negociação e o parcelamento".





Fonte: A Gazeta

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