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Agronegócios
Sábado - 03 de Outubro de 2009 às 08:34
Por: Fabiana Reis

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A desvalorização de 35,7% no preço do bushel de soja no mercado futuro preocupa sojicultores de Mato Grosso. Em setembro do ano passado, o bushel foi cotado por até US$ 14, mas baixou para US$ 9 este ano, na bolsa de Chicago. A curva negativa nos valores é motivada principalmente pela boa perspectiva de safra nos Estados Unidos e na Argentina e também pelo aumento na intenção de plantio da safra brasileira. Com maior oferta do produto no mercado, os preços tendem a cair.

Aliado a isso, o dólar segue em baixa, o que poderá depreciar ainda mais o grão, reduzindo as chances de rentabilidade do produtos local. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, alerta que os agricultores podem ter dificuldade em comercializar por conta da redução dos preços, no entanto, esses podem cair ainda mais. Outro agravante, conforme ele, é a valorização do real frente à moeda americana. "Se o dólar cair a R$ 1,60, a saca passa a valer US$ 12, ou seja R$ 20, o que não cobre os custos de produção", diz ao considerar que se isso acontecer, a redução nos custos - decorrente da retração no preço dos fertilizantes - não refletirá em ganhos para o sojicultor.

Para tentar minimizar qualquer impacto na sojicultura estadual, principalmente no bolso do produtor que já está bastante endividado, a associação está tentando junto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e ao Ministério da Fazenda, a adoção de medidas de proteção de preços para a soja, com um valor mínimo de R$ 25. "Estamos preocupados. O preço está caindo muito e precisamos de apoio do governo, como está acontecendo com o milho".

De acordo com a primeira estimativa de safra de soja, divulgado esta semana pelo Instituto de Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a soja deve ocupar 5,867 milhões de hectares na safra 2009/2010, que deverá resultar em 17,614 milhões de toneladas. Ainda conforme boletim do Imea, o plantio da oleaginosa nos primeiros dias de outubro chegou a 5%, contra 2% no mesmo período do ano passado. "Acreditamos que o plantio tenha avançado ainda mais, chegando à casa dos 8%". A área onde será cultivada a maior quantidade de terras de soja é a Médio Norte, que deve plantar 2,380 milhões de hectares, abocanhando 40,5% do total cultivado em Mato Grosso.





Fonte: A Gazeta

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