Economia brasileira se recupera inteiramente em janeiro, diz Serasa
A economia brasileira retomará seu potencial de crescimento em janeiro de 2010, aponta indicador divulgado pela Serasa Experian nesta quinta-feira.
Criado para prever como estará o país em seis meses, o dados cresceu 0,2% para 99,9 pontos. A expansão é a oitava consecutiva. O indicador tem base 100, número que representa o equilíbrio entre o potencial que o país tem para crescer e o atual desempenho.
Ele aponta, portanto, que, em seis meses, a partir de julho, em janeiro de 2010, o PIB (Produto Interno Bruto) vai apresentar crescimento pleno.
"Estamos em recuperação, mas ela se concretiza em janeiro de 2010", afirmou o gerente de indicadores de mercado da Serasa, Luiz Rabi.
"A economia volta a seu equilíbrio de longo prazo para, segundo a maioria dos economistas, crescer em torno de 5% o ano que vem".
A Serasa lançou, nesta quinta-feira cinco novos indicadores para mostrar as perspectivas para os próximos meses. Os dados apontam também que o crédito para as empresas está passando momento de inflexão. Isso significa que, tanto volume de recursos emprestados, quanto a inadimplência das pessoas jurídicas, devem apresentar melhores resultados a partir de agora.
"Nosso indicador já mostra que vamos ter uma recuperação no ritmo de concessão de crédito", afirmou Rabi.
Segundo dados do Banco Central , em agosto, o crédito para as empresas ainda está 9% abaixo da média, que é, de acordo com o gerente da Serasa, de R$ 100 bilhões ao mês. "Em fevereiro do ano que vem, o volume emprestado estará de volta à média", disse.
A inadimplência, que estava em 3,6% agosto, também começa a cair. Rabi afirmou que o indicador também começa a caminhar no sentido da recuperação. Os cálculos da Serasa apontam que a taxa média de equilíbrio é de 2,4%.
De acordo com a Serasa Experian, a diminuição do risco de empréstimo em razão da melhora no fluxo de caixa das empresas e a normalização dos mercados financeiros e de crédito serão responsáveis pela recuperação dos indicadores.
Consumidores
O crédito para as pessoas físicas, por outro lado, deve apontar tendência inversa nos próximos meses. Segundo o indicador, o ritmo de crescimento deve começar a diminuir no último trimestre deste ano. Isso porque, segundo Rabi, a expansão atual "está acima do normal".
"O fim dos incentivos e a interrupção da queda dos juros impactam o volume de crédito concedido. Vai continuar crescendo, mas em um ritmo menor", disse.
Juros
Questionado sobre se a volta da economia ao crescimento potencial poderia gerar uma alta na taxa básica de juros, a Selic --atualmente em 8,75% ao ano--, Rabi afirmou que ainda não é possível avaliar. "A economia vai voltar ao potencial, mas não dá para saber se isso vai ser o suficiente para o BC disparar o gatilho da política monetária", explicou.
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