Propriedades rurais ocupam 40% do país, diz IBGE
O IBGE foi a todos os municípios do país para traçar um retrato do campo. O Censo mostrou que em 2006 havia mais de 5 milhões de propriedades rurais, que ocupam quase 40% do Brasil.
Em dez anos, a produção cresceu: soja (88%), milho (65%) e a mais expressiva: algodão (188%). Mas a concentração de terras ainda é alta. As maiores propriedades ocupam 43% do total.
Com esse aquecimento da atividade agrícola, veio também um desmatamento maior. As fazendas perderam 12 milhões de hectares da cobertura vegetal, uma área do tamanho dos estados de Pernambuco e Alagoas juntos. Mais da metade dessa perda ocorreu no Norte. Na região, a floresta cedeu lugar para criação de gado. O plantio de pasto aumentou quase 40%.
No Centro-Oeste, o quadro não é diferente. Só as fazendas de Mato Grosso concentram um terço da derrubada de árvores. Foram 4 milhões de hectares. Parte se transformou em lavoura.
O Censo também mostrou que 7 em cada 10 propriedades têm luz. Dez anos antes eram apenas 4. E que os agricultores também estão aprendendo a lidar com os desafios da natureza
Em Mato Grosso, durante o período de estiagem, 4 meses do ano, a maioria das propriedades ficava assim. O agricultor esperava a chuva para iniciar o plantio. Mas os produtores que investiram na irrigação comemoraram bons resultados. Após a colheita da soja e do milho, foi plantado feijão.
São três safras no mesmo ano. "Há dez anos, tinha cinco equipamentos como este aqui. Agora tem 150".
No país, a área irrigada cresceu 42% em dez anos. Hoje são mais de 4 milhões de hectares. Quem usa a técnica, diz que não precisa desmatar para produzir mais. "Você tem produtividade, você tem produção ao longo do ano inteiro", disse Brigite Braun, produtora rural.
Em 10 anos, as terras destinadas à atividade agrária perderam 23 milhões de hectares. E uma das explicações, segundo o IBGE, foi a demarcação de 60 milhões de hectares em reservas indígenas e unidades de conservação.
Comentários