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Polícia Brasil
Quinta - 01 de Outubro de 2009 às 02:14
Por: Nadja Vasques

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"Binho" foi denunciado por tráfico e lavagem de dinheiro e é apontado como peça chave no esquema

O advogado Edésio Ribeiro Neto, o "Binho", está entre os 35 denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. "Binho" aparece na denúncia do MPF como o principal responsável pela articulação da quadrilha, composta por policiais civis, empresários, intermediadores e distribuidores da droga que vinha da Bolívia com destino à região sudeste do Brasil.

Entre os denunciados por lavagem de dinheiro está também o empresário Alexandre Zangarini, que seria o financiador da quadrilha. Ele é o proprietário de uma loja de compra e venda de carros onde foram apreendidos os 9 veículos importados, de luxo, durante a Operação Maranello, deflagrada na terça-feira (29) pela Polícia Federal.

A denúncia do MPF foi baseada nas investigações realizadas pela Polícia Civil, que em 20 de junho descobriu na Fazenda Sete Irmãos, em Barão de Melgaço (113 km ao sul da Capital) 383 kg de cocaína. Outra fazenda no Pantanal, a Baía dos Pássaros, também era usada pelos traficantes.

A droga chegava até as fazendas por aviões, vindos da Bolívia. De acordo com as investigações da Polícia Federal, que assumiu o inquérito após a descoberta de que se tratava de tráfico internacional, os 4 policiais civis exerciam papel fundamental na quadrilha, sendo deles a responsabilidade de esconder a mercadoria até a distribuição. Exerciam também a função de braço armado do grupo.

Segundo a denúncia do MPF, os demais integrantes da organização eram responsáveis por tarefas como a negociação direta com os traficantes, a reunião do dinheiro para pagamento do carregamento de drogas, o transporte dos carros recebidos como pagamento ou emprestando o nome para a abertura de empresas que movimentavam o dinheiro do tráfico.

"Os lucros do tráfico eram distribuídos por empresas e contas correntes de familiares e colaboradores. Os denunciados, agindo de comum acordo, ocultaram e dissimularam a origem, a localização, a disposição, a movimentação e propriedade de bens e valores provenientes direta e indiretamente de tráfico cocaína", revela parte da denúncia.

As denúncias do MPF foram encaminhadas para a Justiça Federal e tramitam na 2ª Vara.

Prisões - Dos 24 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal, a PF conseguiu cumprir 13, na data da operação, terça-feira. Ontem nenhuma pessoa foi presa e portanto 11 continuam foragidas. Entre elas o principal articulador da organização, o advogado Edésio Ribeiro Neto, o "Binho". Além de tráfico internacional de drogas, "Binho" responde na Justiça por ser o mentor do assalto a uma joalheira num shopping de Cuiabá.

A Polícia Federal confirmou ontem os nomes das 13 pessoas presas durante a operação. O delegado Evandro Iwasaki, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) acredita que, após as oitivas, surjam nomes de outros envolvidos. Ele afirma que as investigações continuam.

Há informações de que um delegado da Polícia Civil teria recebido R$ 200 mil para que a cocaína escondida na Fazenda Sete Irmãos não fosse encontrada. A Polícia Civil vasculhou o local por 30 dias e encontrou apenas vestígios de tráfico, como pistas de pouso clandestinas e armamento.

Um dia após o Ministério Público Estadual (MPE) entrar no caso, a droga foi localizada, distribuída em tabletes, guardados em sacolas plásticas, sob uma moita. A Polícia Federal não confirma e nem descarta a possibilidade do envolvimento de um delegado no crime, mas garante que até o momento não existem provas "contundentes" dessa participação.





Fonte: A Gazeta

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