Deputados brasileiros embarcam para Honduras e prometem "mudez"

Seis deputados brasileiros anunciaram nesta terça-feira, em Brasília, que irão embarcar amanhã (30) para Honduras com a intenção de conhecer de perto a situação do país e da embaixada do Brasil na capital Tegucigalpa, que está sob cerco militar hondurenho há oito dias por ter acolhido o presidente deposto Manuel Zelaya.

O deputado Raúl Jungmann (PPS-PE), que estará na viagem, afirmou que, durante a estada em Honduras, nenhum deputado "manifestará opinião alguma", uma provável tentativa de não agravar as acusações de ingerência em assuntos internos feitas pelo governo interino contra o governo brasileiro.

Conforme o deputado, o objetivo da viagem --que foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados e obteve autorização do presidente do Congresso de Honduras, Jose Alfredo Saavedra-- é dialogar com representantes da comunidade brasileira em Honduras e saber se eles sofreram alguma consequência pela acolhida a Zelaya.

Estão previstas também reuniões com membros do Parlamento hondurenho, e os deputados também tentarão visitar a embaixada brasileira, onde Zelaya chegou de surpresa há oito dias. Por outro lado, "não está previsto nenhum contato com representantes do governo" presidido por Roberto Micheletti, instalado após a deposição de Zelaya, há três meses.

Os deputados viajarão em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) até El Salvador, de onde seguirão para Tegucigalpa em um voo comercial, que chegará à capital de Honduras à noite.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não reconhece a liderança de Micheletti e, portanto, não tem relações diplomáticas com ele. Logo, o avião da FAB não pode sobrevoar nem pousar em território hondurenho.

Jungmann afirmou que todas as suas atividades em Honduras foram programadas para esta quinta-feira (1º) e que, no dia seguinte, o grupo voltará ao Brasil.

Irão, além de Jungmann, os deputados Maurício Rands (PT-PE), Cláudio Cajado (DEM-BA), Bruno Araújo (PSDB-PE), Marcondes Gadelha (PMDB-PB) e Ivan Valente (PSOL-SP).