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Nacional
Segunda - 28 de Setembro de 2009 às 23:25

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O Senado exonerou nesta segunda-feira o servidor Henrique Dias Bernardes, ex-namorado da neta do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A exoneração, que ocorreu a pedido de Bernardes, foi encaminhada para publicação no BAP (Boletim Administrativo de Pessoal) do Senado desta terça-feira.

Bernardes retornou ao trabalho na sexta-feira, após um mês em férias. O ex-servidor foi contratado por meio de um ato secreto para trabalhar na Diretoria Geral da Casa, mas acabou deslocado de função. O responsável do setor que Bernardes trabalha pediu que ele fosse mantido, mas Sarney decidiu pela exoneração para evitar desgastes políticos.

Em entrevista à Folha Online no início de julho, o servidor disse que trabalhava oito horas diárias e não demonstrou constrangimento com a divulgação dos áudios da Polícia Federal que indicariam que o presidente do Senado negociou sua contratação.

Em julho, ao se defender das acusações de que usou ato secreto para nomear parentes no Senado, Sarney minimizou a denúncia, mas disse que não podia negar o pedido de uma neta.

Defesa

Em uma espécie de memorial da crise do Senado publicado no site da instituição nesta final de semana, Sarney rebate todas as acusações de contratação de parentes --entre elas a nomeação de Bernardes. O peemedebista afirma, no texto elaborado por assessores, que "namorado de neta não é parente" --por isso não houve irregularidades na sua nomeação.

"Sarney dispôs-se apenas a pedir ao presidente [do Senado] Garibaldi Alves Filho que autorizasse a nomeação. Não há nepotismo, pois namorado de neta não é parente. A pedido do senador Sarney, foi determinada a exoneração de Henrique Dias Bernardes", diz o texto.

Os assessores de Sarney afirmam, no documento, que "as acusações de nepotismo e a lista de nomeados de responsabilidade do senador Sarney não correspondem à verdade".

No documento, o presidente do Senado afirma que o documento é uma "manifestação de respeito" a todos os brasileiros e o "contraditório às denúncias que, por incansável repetição, sobreviveram a seis meses de linchamento moral".

Os assessores do presidente do Senado afirmam, no documento, que por mais que o peemedebista esclarecesse as denúncias, "a defesa de Sarney sempre foi negligenciada, prevalecendo as acusações, todas elas baseadas apenas em recortes de jornais que, por decisão do Supremo Tribunal Federal, não constituem prova".

Segundo o documento, Sarney não é responsável pela publicação de atos secretos na instituição. "Apenas 34 boletins, de um total de 312, deixaram de ser publicados nas duas vezes em que Sarney ocupou a presidência. Dos 952 atos não convalidados, apenas 16 correspondem aos períodos de sua gestão", diz o texto.





Fonte: Folha Online

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