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Internacional
Sexta - 25 de Setembro de 2009 às 05:14

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Quatro dos seis candidatos que disputam a Presidência de Honduras, nas eleições marcadas para o dia 29 de novembro, negociam com o governo golpista e com o presidente deposto Manuel Zelaya uma solução para a crise que iniciou no dia 28 de junho.

No fim da tarde de quinta-feira, eles estiveram reunidos com o presidente interino Roberto Micheletti, e da Casa Presidencial seguiram para a Embaixada do Brasil, onde Zelaya está abrigado desde a última segunda-feira.

De acordo com os candidatos à Presidência de Honduras, o presidente interino está disposto a retomar o diálogo, sob mediação do presidente costa-riquenho e Nobel da Paz, Oscar Arias, autor de uma proposta de mediação para o retorno de Zelaya ao poder à frente de um governo de união nacional que havia sido rejeitada pelo governo interino. Zelaya reafirmou aos candidatos a intenção de aceitar os termos do acordo.

Histórico

Zelaya voltou a Honduras quase três meses depois de ser expulso. Nas primeiras horas do dia 28 de junho, dia em que pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais que havia sido considerada ilegal pela Justiça, ele foi detido por militares, com apoio da Suprema Corte e do Congresso, sob a alegação de que visava a infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país.

O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder e se apoia na rejeição internacional ao que é amplamente considerado um golpe de Estado --e no auxílio financeiro, político e logístico do presidente venezuelano, Hugo Chávez-- para desafiar a autoridade do presidente interino e retomar o poder.

Isolado internacionalmente, o presidente interino resiste à pressão externa para que Zelaya seja restituído e governa um país aparentemente dividido em relação à destituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da Igreja Católica-- unida em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima de poder e de que a Presidência será passada de Micheletti apenas ao presidente eleito em novembro. As eleições estavam marcadas antes da deposição, e nem o presidente interino nem o deposto são candidatos.

Mas o retorno de Zelaya aumentou a pressão internacional sobre o governo interino, alimentou uma onda de protestos que desafiaram um toque de recolher nacional e fez da crise hondurenha um dos temas da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), reunida em Nova York esta semana. A ONU suspendeu um acordo de cooperação com o tribunal eleitoral hondurenho e a OEA planeja a viagem de uma delegação diplomática a Honduras para tentar negociar uma saída para o impasse.

Pelo menos duas pessoas morreram em manifestações de simpatizantes de Zelaya reprimidas pelas forças de segurança durante um toque de recolher que foi suspenso na manhã de quinta-feira. Houve novas marchas em favor do presidente deposto, mas também manifestações favoráveis ao governo interino.





Fonte: Agência Brasil

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