Estudantes são internados em coma alcoólico após 'trote' na UFMT
A ocorrência foi registrada no Centro Integrado de Operações e Segurança Pública (Ciosp) da Polícia Militar. De acordo com um oficial que atendeu a equipe de reportagem do site da TV Centro América, por telefone, a PM foi acionada pelo 190, por intermédio de uma pessoa que registrou o que estava ocorrendo no local.
Mesmo sendo uma área federal, devido à urgência da situação e questões de efetivo da Polícia Federal, a Polícia Militar atua no campus. Uma equipe do 1º Batalhão foi deslocada para a Universidade. Dependendo da gravidade, a ocorrência pode ser encaminhada depois para a Polícia Federal ou Polícia Civil.
'Confraternização'
Um estudante teria conseguido escapar do trote e chegou a dizer que alguns estudantes teriam sido agredidos. Vários calouros se dirigiram ao Pronto Socorro em busca de notícias dos companheiros internados. Eles disseram que a brincadeira na universidade não chegou a ser um trote, mas apenas um jogo de confraternização entre veteranos e calouros do curso de Engenharia Florestal. O caso pode ser investigado pela polícia.
O pró-reitor de Cultura da UFMT, Fabrício Carvalho, também foi ao Pronto Socorro de Cuiabá para acompanhar o estado de saúde dos estudantes internados. Ele afirmou que irá abrir um sindicância para saber como a bebida alcoólica foi parar dentro do campus, e identificar o que aconteceu na chamada 'confraternização' entre calouros e veteranos.
Na quinta-feira, a TV Centro América chegou a fazer uma reportagem na UFMT mostrando um trote solidário, um bom exemplo dado pelos estudante. O trote do bem é uma alternativa para dar as boas-vindas à nova turma, evitando constrangimentos e agressões. Em março deste ano, a reitoria já havia alertado sobre a proibição dos trotes na Universidade.
Proibição a trotes violentos
A Assembleia Legislativa aprovou este ano, em primeira votação um projeto de lei que prevê abertura de processo civil e penal contra alunos que praticarem trotes violentos em calouros. As regras são estendidas às instituições de ensino superior e universidades que não tomarem medidas proibitivas para conter os abusos físicos.
O texto define que compete à direção das instituições de ensino superior aplicar penalidades administrativas aos universitários – incluindo sua expulsão – sem prejuízo das sanções penais e civis cabíveis.
Nos 30 dias seguintes ao início das aulas será criada uma ouvidoria específica para receber denúncias de trote, que poderão ser feitas por telefone ou pessoalmente.
Na UFMT o trote violento já está proibido em todo campus. A proibição foi determinada por meio de resolução nº 018, de dezembro de 2005, do Conselho Universitário (Consuni). O telefone para denúncias contra trotes na UFMT é (65) 3615-8065.
Comentários