12 índios permanecem acampados em distrito sanitário
Lideranças Xavantes do Araguaia mantêm fechada a unidade do distrito Sanitário Especial Indígena (Desi) de Barra do Garças, desde a última quarta (19), quando teve início uma ocupação, segundo eles pacífica. Jovens caciques como Edmundo Omore, que é presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Condise, pede a mudança do chefe da Funasa em Barra, José Henrique, e reclama da mortandade de xavantes no leste do Estado. “Já morreram mais de 100 Xavantes de janeiro até agora. A Funasa não consegue controlar epidemia” acusa Omore.
Segundo o cacique, nesta sexta (21) mais um índio faleceu. Ele estava internado na UTI de um hospital no município. Outras duas crianças estão internadas em estado grave em Goiânia. “Falta água potável, remédio e combate às doenças” explica. Omore diz que o atual chefe da Funasa não conversa com as lideranças, que reivindicam sua saída. “Nós queremos uma gestão participativa”. O Xavante confirmou também que a comunidade quer que o novo chefe seja indígena.
A etnia Xavante é a maior de Mato Grosso com 15 mil índios em nove terras indígenas. O governo federal libera hoje quase R$ 800 mil por mês para saúde dos índios por meio da própria Funasa, da Ong ONT e da Prefeitura de Barra do Garças. “Os recursos existem, mas o atendimento é fraco ao índio Xavante” finalizou.
A Funasa emitiu nota onde rebate as acusações dos jovens caciques e diz que existe atendimento à comunidade. O órgão afirma que mantém várias equipes multidisciplinares de saúde na terra indígena. Os casos mais graves, com média e alta complexidade, contam com apoio do SUS. Sobre água potável, cerca de 1,5 mil índios devem receber a obra em 2010, além de 67 outras obras que já foram realizadas entre 2001 a 2008. A Coordenação Regional da Funasa em Mato Grosso (Core/MT) adquiriu 22 veículos novos, melhorando significativamente sua logística no distrito.
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