Índios invadem Funasa em Barra do Garças
Índios Xavantes fecharam na tarde de quarta-feira, 19 de agosto, o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), da unidade da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Barra do Garças. Eles dispensaram os quinze funcionários e fazem uma manifestação pacífica, por tempo indeterminado, em protesto do aumento da morte de crianças e idosos das suas etnias.
Segundo o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI), o cacique Edmundo Dzu'Aiwi Omore, da Aldeia São Francisco, os índios da região reivindicam melhores condições no atendimento de saúde, porque não tem medicamentos e nem condições de atendimento nas duas Casas de Saúde Indígenas, em Barra do Garças e Campinápolis.
Ainda na quinta-feira, 20 de agosto, representantes da Funasa estarão reunidos com as lideranças Xavantes para discutirem as reivindicações. Contudo, o coordenador regional da Funasa, Marco Antônio Stangherlin, antecipou que nos últimos meses o Ministério da Saúde tem dado uma atenção especial as condições do Dsei.
“O Distrito passou por um período difícil, mas esta semana foi entregue uma remeça de medicamentos. Também houve a contratação de novos funcionários no quadro, inclusive índios, conforme exigências anteriores. Outro grupo de indígenas está sendo preparado para trabalhar como agentes de saúde”, disse Marco Antônio.
A aquisição de veículos também foi destacada pelo coordenador, tendo em vista que são ao todo nove aldeias Xavantes, num total de 15 mil habitantes numa extensão territorial que vai da cidade de General Carneiro até São Félix do Araguaia. Porém, Marco Antônio ressalta que o problema maior não tem sido o tratamento de saúde, mas a falta de alimentação. “A Funasa ajuda como pode, mas não tem essa responsabilidade, muitos índios estão morrendo de fome”, acrescentou.
A precariedade dos órgãos federais e a falta de condições de trabalho, inclusive da Funasa, é uma antiga reivindicação do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT). Segundo o presidente, Carlos Alberto de Almeida, os filiados já se mobilizaram em vários momentos cobrando do governo um posicionamento sobre esse pleito. “O Sindsep-MT segue nessa luta pela saúde e também pelo trabalhador”, defendeu.
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