Gripe prejudica vendas de suínos no Brasil
A gripe H1N1, mais conhecida no Brasil como gripe suína, está afetando negativamente a venda de carne suína no mercado brasileiro, afirmou ontem o copresidente do conselho de administração da BRF Brasil Foods (nova denominação da Perdigão), Luiz Fernando Furlan. O executivo afirmou que os consumidores têm associado a doença ao consumo da carne.
Segundo ele, o fenômeno tem sido maior no mercado doméstico porque, no exterior, a adesão ao nome H1N1 foi maior do que no Brasil, onde a denominação "gripe suína" teve mais força. "Estive recentemente em Santa Catarina e os produtores rurais estão com dificuldades devido ao recuo da demanda", disse.
Mesmo com esse fator negativo, as previsões do executivo em relação ao segundo semestre são mais otimistas, tanto para o mercado interno quanto para o externo. Em julho e agosto deste ano, os preços das carnes tiveram descontos de 30% em relação ao mesmo período do ano passado, mas Furlan acredita numa recuperação, na esteira das melhores condições na Europa e no Japão. "Os volumes devem subir moderadamente", disse hoje, durante evento sobre inovação realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo.
No mercado interno, o executivo espera um ambiente mais favorável. Ele destacou que a nova fábrica da Sadia em Pernambuco, voltada para produtos populares como mortadela e salsicha, já começa a trazer um efeito positivo no desempenho doméstico.
A expectativa do executivo para os grãos, importante matéria-prima para produção de suínos e aves, é de que os preços tenham menor volatilidade nos próximos meses. "Os preços de um ano atrás eram atípicos", afirmou. Furlan não quis fazer comentários sobre o processo de fusão da Sadia com a Brasil Foods, porque as empresas estão em período de silêncio. Ele disse apenas que as empresas estão cumprindo as orientações dos órgãos responsáveis e que o processo está caminhando "normalmente".
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