Mercado de Trabalho: Saldo de vagas em MT recua 55%
Mato Grosso registra um saldo de 17,970 mil vagas de trabalho no acumulado dos últimos sete meses. O número é resultado da diferença entre as demissões e admissões no período, que somaram 180,255 mil e 198,225 mil, respectivamente. O balanço da empregabilidade foi divulgado nesta terça-feira (18) pelo Ministério do Trabalho e Emprego e são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No país foram abertas 437,908 mil novas vagas de trabalho formal. Apesar do balanço positivo, o saldo é 55,2% menor que o registrado em igual intervalo de 2008, quando foram contratados 200,840 mil trabalhadores ante a 160,717 mil demissões, números que geraram o saldo de 40,123 mil vagas formais.
Naquela época não se vislumbrava a propalada crise, que afetou muitos Estados, inclusive Mato Grosso, que teve o saldo bastante reduzido, porém que a cada mês vem se recuperando com boas perspectivas para o fechamento do ano.
De acordo com os dados do MTE, o saldo foi puxado pelo setor agropecuário, que registrou 9,628 novos postos de trabalho com carteira assinada, o que corresponde a 53,5% do total, que inclui outros sete segmentos econômicos. No intervalo foram contratados 48,507 mil pessoas e outros 38,879 mil trabalhadores foram demitidos. O consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Luciano Gonçalves, afirma que o desempenho pode ser dividido entre agricultura e pecuária. Com relação à primeira atividade, ele diz que houve contratação de mão-de-obra por causa do plantio, citando como exemplo o milho safrinha. Ele diz que a perspectiva é que este número aumente ainda mais em agosto, quando ocorre a preparação para o plantio da safra. E no que se refere à pecuária, ele atribui o resultado à reativação de alguns frigoríficos. "Apesar delas não estarem funcionando em plena capacidade, acabam movimentando o setor, e necessita de trabalhadores".
Outro setor com desempenho significativo foi o de serviços, com um saldo de 4,393 mil. As demissões somaram 35,511 mil e as contratações 39,904. O vice-presidente da Federação do Comércio, Bens e Serviços de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Hermes Martins, considera que o movimento é consequência de uma freada que o empresário deu no início do ano, quando a preocupação com os reflexos da crise internacionais era maior. "Nos últimos meses a classe empresarial retomou as contratações, que devem ser maiores a partir de setembro, refletindo também no comércio".
Na análise do economista Anaor Carneiro, o desempenho de Mato Grosso é fruto da recuperação econômica, que tem os investimentos como item fundamental para o resultado obtido. "Principalmente o setor do agronegócio vem recebendo aporte financeiro de muitas empresas, que demandam a contratação de mão-de-obra", diz ao citar que os setores diretamente impactados são o da construção civil, comércio e serviços. Nos sete meses a construção teve saldo de 1,914 mil vagas, com 22,781 admissões e 20,867 mil demissões.
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