Síndrome de Down tem poucas diferenças na infância, diz USP
Crianças com Síndrome de Down interagem de uma forma muito parecida com a de outras crianças, afirma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o estudo, essa interação não tem comprometimento motor, cognitivo ou sensorial. Na comparação em ambiente escolar, foi verificado que as crianças com a síndrome demoram mais para se aproximar pela primeira vez de outras crianças e imitam mais o comportamento de suas colegas.
A pesquisa filmou dois grupos dentro da sala de aula e em ambiente de lazer e recreação. Foram avaliadas habilidades interpessoais (brincar com outras crianças, estabelecer contato, brigar ou trocar agressões físicas, e disputar atenção de adultos) e autoexpressão (choro, riso, canto, isolamento e imitação de pessoas ao redor). Na análise comparativa, a terapeuta ocupacional Patrícia Páfaro observou que as crianças com Síndrome de Down imitaram outras crianças com maior frequência. "Eles observam e copiam mais, mas de um jeito próprio. Esses resultados condizem com o que já foi descrito na literatura", explica.
No segundo quesito, o grupo sem a síndrome estabeleceu contato inicial com maior frequência. Segundo a pesquisadora, isso ocorreu provavelmente porque as crianças com Síndrome de Down costumam ser mais passivas. De acordo com Patrícia, o resultado do estudo reforça a importância da inclusão escolar das crianças e pode dar tranquilidade aos seus pais. "A pesquisa constatou que eles podem ter muito mais ganho na interação social do que se imagina", afirma.
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