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Internacional
Segunda - 17 de Agosto de 2009 às 11:39

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A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch afirmou nesta segunda-feira que milícias conservadoras vêm assassinando homossexuais no Iraque, em uma campanha que já teria deixado centenas de mortos no país desde 2004.

A organização afirma que integrantes do grupo xiita Exército do Mehdi estariam à frente da campanha, mas que também haveria envolvimento da polícia.

A Human Rights Watch denuncia ainda que homossexuais iraquianos também são vítimas dos chamados crimes de honra, em que gays são mortos pelos próprios familiares, que agem alegando defender a respeitabilidade de sua família.

Campanha

O relatório cita depoimentos de pessoas que tiveram suas casas invadidas por grupos armados, usando máscaras. Dias depois, relataram as testemunhas, corpos de homossexuais são encontrados em lixões, mutilados e apresentando sinais de tortura.

Às vezes, palavras ofensivas são inscritas nos corpos.

"Ouvimos histórias, confirmadas por médicos, de homens que tiveram cola aplicada em seu ânus e depois foram obrigados a tomar laxantes, o que leva a uma morte muito dolorosa", disse Rasha Mumneh, um dos autores do relatório.

No documento, a Human Rights Watch cita relatos de que forças de segurança do governo teriam "apoiado e participado dos assassinatos".

Recentemente, pôsteres foram vistos na Sadr City --uma área xiita, conservadora, de Bagdá-- pedindo às pessoas que denunciem gays e deem não apenas seus nomes, mas também seus endereços.

Quase 90 homossexuais foram mortos no Iraque desde o início de janeiro e muitos outros estão desaparecidos, disse o relatório da HRW, intitulado 'Querem nos exterminar'.

"Afeminados"

O relatório diz que muitos homossexuais iraquianos fugiram para países vizinhos onde, embora a atividade homossexual seja proibida, o risco de perseguições é menor.

Segundo a ONG, as ameaças e abusos se alastraram da capital iraquiana para cidades como Kirkuk, Najaf e Basra, embora as perseguições sejam mais concentradas em Bagdá.

As autoridades do Iraque dizem que parte do problema em lidar com os ataques é que os parentes das vítimas raramente dão informações à polícia.

"Para eles, falar sobre o assunto é pior do que o próprio crime. Assim é a nossa sociedade", disse o porta-voz do Ministério do Interior iraquiano, Major General Abdul-Karim Khalaf.





Fonte: BBC Brasil

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