IPI e aumento do crédito fazem consumidor manter confiança na economia
O Índice de Confiança do Consumidor da Fecomercio, em agosto, apresentou estabilidade, ficando no mesmo nível que no mês anterior. Porém, se comparado com o mesmo período do ano passado, o índice demonstrou alta de 1,7% permanecendo no mesmo patamar do período pré-crise, registrando 139,8 pontos em uma escala de 0 a 200.
Os dados, segundo a Fecomercio, se devem a melhoria nas condições de crédito para o consumidor, as medidas do governo para expandir a atividade econômica e a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre os automóveis e produtos da linha branca, que continuam influenciando de maneira positiva a percepção dos consumidores paulistanos.
"Além disso, as recentes políticas monetárias adotadas, com a redução mais expressiva da taxa de juros, juntamente com a estabilidade do câmbio e a expectativa de inflação mais favorável, ajudam a melhorar o poder de compra dos consumidores", afirmou Thiago Freitas, economista da Fecomercio.
O ICC é formado pelo ICEA (Índice das Condições Econômicas) e pelo IEC (Índice de Expectativas do Consumidor).
O ICEA, que determina a pretensão dos consumidores em relação à situação atual, obteve alta de 0,9% atingindo 131,6 pontos. A Fecomercio destacou que, entre os consumidores, houve aumento da confiança daqueles com 35 anos, que registrou variação de 4,4% atingindo 128,5 pontos. "O ICEA está diretamente relacionado com a percepção do consumidor em relação ao emprego e renda. Esse otimismo se deve ao comportamento bastante favorável da massa real de salários, que registrou crescimento médio real de 5% no semestre", afirmou a entidade.
Por outro lado, o IEC, que revela a percepção dos consumidores em relação à situação futura, apresentou uma leve queda de 0,6%, registrando 145,2 pontos. "Mesmo com o índice registrando uma pontuação mais baixa, os consumidores com renda salarial de dez salários mínimos, normalmente os que têm melhores condições para realizar uma avaliação mais precisa, tiveram uma opinião bastante positiva e acreditam numa recuperação da economia brasileira", afirmou.
De maneira geral, somando os dois índices que compõem o ICC, a Fecomercio informou que pode-se concluir que o consumidor elevou positivamente sua percepção à situação presente. "Como o cenário atual é um pouco melhor do que o demonstrado nos meses anteriores, é natural que os consumidores lentamente incorporem esse otimismo", afirmou Freitas.
São Paulo
Já índice de nacional confiança apurado pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) apresentou elevação de três pontos entre junho e julho, passando de 123 para 126 pontos no mês passado. O indicador acima de 100 pontos (de 200 no total) significa otimismo, destacou a entidade.
As regiões Norte e Centro-Oeste são as mais otimistas, com 142 pontos, seguida por Sudeste, com 139 e Sul, com 122 pontos. A menos otimista é a região Nordeste do país, com 101 pontos no indicador de julho.
De acordo com a ACSP, 38% dos consumidores se sentem mais seguros no emprego em julho, contra 33% um mês antes. As chances de perder o emprego nos próximos seis meses são menores para 32% dos entrevistados em julho, contra 31% em junho, e para 21% as chances são maiores (eram 27% em junho).
"O consumidor vai reforçando a percepção de quem não perdeu o emprego até agora, não vai perdê-lo nos próximos seis meses. Isso indica a possibilidade de volta do consumidor ao mercado de compras a prazo", destacou a associação.
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