Derrame dobra a chance de fraturas ósseas, diz pesquisa
Risco é ainda maior em pacientes jovens e em mulheres, segundo pesquisa Pessoas que sobrevivem a um derrame têm duas vezes mais chances de fraturar o quadril ou o fêmur. O risco é ainda maior para pacientes jovens, mulheres e para quem teve derrame recente, segundo pesquisa publicada no jornal “Stroke” (“derrame”), da American Heart Association.
A pesquisa foi realizada por equipe da Universidade de Utrecht, na Holanda. Foram estudadas 6.763 pessoas que tiveram fratura de quadril ou de fêmur, comparadas com um grupo de controle (pessoas que não tiveram fraturas) de mais de 26 mil pessoas.
Após ter sido feito o ajuste dos vários fatores de risco para fraturas, os pesquisadores chegaram à conclusão que o derrame dobra o risco de que isso ocorra.
Também foi observado um risco ligeiramente maior em mulheres e entre as vítimas mais jovens de derrame. Nos primeiros três meses seguintes ao evento, a chance de ocorrer fratura de ossos é três vezes maior.
Segundo o principal autor do estudo, Frank de Vries, da Universidade de Utrecht, os dados mostram a importância de monitorar o risco para fraturas imediatamente após a hospitalização da vítima de derrame.
Resultados do Estudo
A maioria das fraturas ocorreu em pacientes de 50 anos ou mais, e o período entre o derrame e a ocorrência da fratura foi, em média, 2,2 anos.
Os dados sobre o maior risco de a fratura ocorrer nos primeiros meses após o derrame confirmam e reforçam resultados de outras pesquisas, que mostram uma perda significativa da densidade da massa óssea nos seis meses seguintes ao acidente vascular cerebral. A perda de massa óssea é mais significativa nas extremidades do corpo paralisadas em decorrência do derrame.
No estudo, as pessoas que sofreram derrame hemorrágico mostraram um risco ligeiramente maior de fraturas de quadril e de fêmur do que o observado nas vítimas de derrame isquêmico. Porém, a pequena diferença não chega a ser estatisticamente significante.
Em pesquisas realizadas anteriormente, também foi constatado que pacientes cujo derrame resultou em hemiplegia (paralisia de apenas um lado do corpo) tiveram um aumento significativo nas chances de sofrerem fraturas.
Para minimizar o risco, o responsável pelo estudo, Frank de Vries, recomenda algumas medidas a serem tomadas durante e após a reabilitação do paciente: programa de prevenção de quedas, realização de exames para verificar a densiometria óssea e, se necessário, o uso de medicamentos para aumentar a densidade óssea do paciente.
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