Exportações de carne para a UE diminuem 65%
A quantidade de carne bovina in natura de Mato Grosso exportada à União Européia caiu 65,3% no primeiro semestre deste ano em relação ao ano passado. De janeiro a junho de 2009 foram embarcadas 4,086 mil toneladas ao bloco econômico contra 11,889 mil toneladas em igual período do ano anterior. A diferença é de 7,803 mil toneladas. Em valor monetário o volume também caiu, baixando de US$ 41,188 milhões no ano passado para US$ 16,971 milhões este ano, retração de 58,7% de um ano para outro.
Os números foram apurados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea). Para os representantes da classe produtora, o principal fator para o desempenho ruim, apesar do potencial do Estado, que conta com um rebanho de 26 milhões de cabeças, está a rastreabilidade bovina, que se mostra burocrática e vem desestimulando o pecuarista. Para se ter uma noção de quanto o volume de carne exportado nos primeiros seis meses deste ano é pequeno, no mesmo intervalo de 2007 foram vendidos à UE 46,406 mil toneladas e no ano anterior 55,584 mil toneladas.
As exportações deste produto foram suspensas em fevereiro de 2007, quando uma missão de técnicos daquele país visitou o Brasil e apontou falhas no sistema de rastreabilidade. A partir de então, a comercialização é feita somente a partir de gado localizado em propriedades aprovadas por auditorias feitas por veterinários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e publicadas pela UE em uma lista.
Porém a quantidade de profissionais é pequena, o que resulta em um número de propriedades aquém da potencialidade do Estado. Atualmente, são pouco mais de 200 fazendas. A burocracia resulta ainda em uma fila de espera, em que as fazendas aguardam pelas auditorias oficiais. "O pecuarista está desestimulado. Aqueles que optam por se cadastrar no Sistema de Rastreabilidade de Bovinos no Brasil (Sisbov) enfrentam dificuldades e acabam deixando de lado", avalia o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.
Outro fator para o desinteresse está relacionado ao valor do produto. Conforme Vacari, no ano passado, o frigorífico pagava até 15% a mais pela arroba do gado rastreado. Agora esta diferença não passa de 6%. "Não temos o estímulo do preço e por isso as exportações não aumentam", considera ao analisar que se todo o processo de cadastramento das propriedades for rápido e aumente a quantidade delas aptas a exportar, é possível que em pouco tempo o Estado recupere os números de 2008.
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