Conflito mata 17 pessoas em porto pirata na Somália
Lutas armadas entre milícias de clãs mataram pelo menos 17 pessoas e feriram 30 neste sábado (8) em uma fortaleza pirata na costa da Somália, disseram testemunhas.
O conflito começou de madrugada e se intensificou pela manhã, forçando a maioria dos residentes de Haradheere a fugir, contou o morador Farah Aden à agência Reuters por telefone via satélite.
"Os dois clãs estão lutando por causa de terras e de uma garota que foi estuprada na floresta. Infelizmente, as batalhas chegaram à cidade e continuam acirradas", disse ele.
A Somália vem sofrendo com a guerra civil desde 1991, e o governo do presidente Xeque Sharif Ahmed só controla pequenas porções da devastada capital Mogadício.
Os piratas, que atacam embarcações usando as rotas de comércio estratégicas que ligam a Europa à Ásia através do Golfo de Aden, operam a partir de várias bases costeiras remotas, incluindo Haradheere.
Um pirata no porto no centro da Somália, que permanece à margem da lei, disse estar preocupado que a matança possa reduzir o lucro das gangues marítimas.
"Tememos que nosso negócio seja interrompido caso os conflitos continuem", disse o pirata, que deu o nome de Mohamed, à Reuters por telefone via satélite de Haradheere.
"Somos todos membros desses dois clãs, e estamos preocupados que esta luta possa acabar indo parar no oceano."
A violência na Somália já matou mais de 18 mil pessoas desde o início de 2007 e deslocou um milhão.
Agências de segurança ocidentais disseram que o fracassado estado no Chifre da África é um santuário de ataques políticos extremistas na região e além.
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