Governador conhece nova tecnologia de algodão em Rondonópolis
O algodão adensado é a novidade apresentada pelo Instituto Mato-grossense de Algodão (IMA) no Dia de Campo da Associação Mato-grossense de Algodão (Ampa) na Fazenda São Francisco, em Rondonópolis (212 Km ao Sul de Cuiabá), nesta quarta-feira (05.08). A nova tecnologia, trazida dos Estados Unidos e da Argentina, reduz os custos do plantio em até 25% comparado ao cultivo do algodão normal.
Para o Estado de Mato Grosso que perdeu em torno de 200 mil hectares nos últimos anos, o sistema do algodão adensado surge como alternativa de recuperação do setor. O governador do Estado, Blairo Maggi, que participou da apresentação da tecnologia neste Dia de Campo, destacou que a recuperação da área do algodão deve começar já neste ano, de safra 2009/2010 plantada, e “retornar aos 400 mil, 500 mil hectares no Estado. Com competitividade e resultados para o produtor, que é o mais importante”, completou o chefe do Executivo estadual.
O proprietário da Fazenda São Francisco, Sérgio De Marco, produtor de algodão há 11 anos, argumentou que com o algodão normal não sobreviveria nenhum produtor, mas com a nova tecnologia “a lavoura é mais barata, o que é bom para o produtor, para a economia, o mercado, o Estado e o país”, disse o produtor ao lembrar que a cultura do algodão emprega mais que o da soja.
Em todo o Estado de Mato Grosso foram plantados cinco mil hectares de algodão adensado. Na fazenda São Francisco são 920 hectares. “É um algodão (adensado) bom em qualidade e estamos produzindo tanto quanto o outro”, contou De Marco, que também desenvolve a mesma experiência em Itiquira. Segundo ele, a variedade tem colheita fácil, é uma das melhores culturas produzidas no Estado e mais resistente a pragas.
Além de buscar as experiências dos EUA e da Argentina, o novo sistema trouxe para Mato Grosso a adaptação das máquinas utilizadas para o sistema. O cultivo do algodão adensado faz uso das colheitadeiras de algodão Stripper pente e escova. Maquinários que não enrolam tanto o algodão colhido, o que melhora a qualidade do produto.
“Estamos colhendo resultados promissores, tanto em produtividade como na qualidade intrínseca da flor”, ressaltou o presidente da Ampa, Gilson Pinesso. Ele explicou que no cultivo do algodão adensado, as mudas são plantadas muito próximas uma da outra o que aumenta a quantidade plantada num menor espaço e o tempo de plantio também é menor que o do algodão normal. “De 150 a 200 dias para 145 a 150 dias”, acrescentou Pinesso.
O governador avaliou que a atividade que a Ampa faz, por meio do Instituto Mato-grossense de Algodão (IMA), é muito interessante, porque demonstra a capacidade que os produtores mato-grossenses têm, ainda mais quando os negócios começam a ficar complicados, os produtores começam a perder produtividade e precisam de novas alternativas.
“O mato-grossense é um produtor mais arrojado, tem que dar um pulo muito maior e isso faz a diferença”, declarou Blairo Maggi, ao falar sobre a nova tecnologia do algodão adensado trazido para Mato Grosso. Os resultados do novo sistema serão apresentados durante o Congresso Brasileiro de Algodão, conforme prometeu De Marco.
O Dia de Campo da Ampa reúne técnicos do setor do Agronegócio do Estado, de todo o Brasil e ainda da Argentina, Uruguai e Suíça. Integraram a comitiva do governador, os secretários de Estado de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon Weirich, secretário extraordinário de Projetos Estratégicos, José Aparecido dos Santos (Cidinho), deputado estadual Hermínio J.Barreto, entre outros.
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