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Polícia Brasil
Terça - 04 de Agosto de 2009 às 18:03
Por: Andréa Haddad

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Preso há 31 dias por suposto envolvimento com crimes decorrentes da disputa por terras na região do Vale do Araguaia, o ex-comandante-adjunto do Bope, major José Carlos de Moraes, figura no inquérito como suspeito de ter recebido R$ 150 mil do proprietário da Fazenda Codeara, em Santa Terezinha (a 287 quilômetros de Cuiabá), para retirada de invasores em três oportunidades. A grilagem das terras, por outro lado, era estimulada pelos próprios PMs que integravam o esquema. “As invasões eram estimuladas pelo soldado Pereira”, diz um trecho do documento.

Um dos trechos do inquérito do Gaeco, anexado ao relatório do Ministério Público Federal e Polícia Federal, aponta indícios de pagamento de propina ao major Moraes pela desocupação da Fazenda Uirapuru, em Porto Alegre do Norte, junto com o ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel da reserva Adaildon Evaristo de Moares Costa, e o capitão Curi, que respondia pelo comando da Companhia do bairro Planalto, em Cuiabá. As investigações apontam que, numa das ocasiões, Adaildon cobrou R$ 30 mil para desocupar a fazenda.

Além de Moraes, Adaildon e Curi, policiais federais prenderam, em 3 de julho deste ano, o ex-comandante regional da PM de Sinop e Tangará da Serra, Elierson Metello, o sub-tenente Adalberto da Cunha de Oliveira, o capitão Antonio de Moura Neto e o major Wlamir Luis da Gama Figueiredo.

Segundo informações da PF e do MP, os militares agiam em conluio com fazendeiros. Estimulavam a invasão de áreas da União por posseiros, inclusive reservas indígenas, para depois retirá-los por meio de violência física e moral. “A expulsão é feita por policiais militares e jagunços deste Estado e de outros. Esses agentes policiais ainda incentivam invasões com a finalidade de vender segurança aos proprietários das terras".

Os militares, segundo a PF, eram contratados por Gilberto Luiz Rezende, o Gilbertão, conhecido como um dos principais grileiros da região do Vale do Araguaia e um dos responsáveis pela falsificação de títulos para a venda dos lotes de áreas da União a médios e grandes fazendeiros e grupos empresariais.





Fonte: RD News

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