Bancos melhoram previsão para PIB, mas veem indústria pior
Os dados indicam que o PIB (Produto Interno Bruto) deve cair apenas 0,1% neste ano, contra previsão de -0,3% da pesquisa anterior, de junho.
Segundo o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, porém, a melhora na previsão se apoia numa projeção positiva para o setor de serviços --o PIB do setor deve subir 1,9% neste ano.
Para o PIB industrial, a estimativa é de queda de 3,9%, abaixo dos números de junho, de -3,3%. A piora reflete uma contração ainda maior do que a anteriormente prevista da produção industrial neste ano. As estimativas pioraram de -4,5% para -5,9% para este ano, entre a pesquisa de junho e a atual.
Em 2010, a previsão é que a produção industrial cresça 5,1%, ante projeção anterior de alta de 4,6%. Combinados, os números para este ano e o próximo mostram que a recuperação da indústria se dará, de fato, apenas em 2010, com números bastante fracos em 2009.
"O crescimento deste ano será calcado em serviços, enquanto que, em 2010, a expansão da economia será mais homogênea", disse Sardenberg.
As perspectivas para a economia dos Estados Unidos também melhoraram, saindo de -3,3%, na pesquisa de junho, para -2,3%, na atual. Apesar disso, a pesquisa aponta uma expectativa de crescimento menor para o próximo ano, caindo de 2% para 1,3%.
Crédito
O estudo aponta ainda uma continuidade no processo de normalização do crédito. As operações de crédito da carteira total devem ter crescimento de 16,3% neste ano, contra previsão anterior de 16,1%. Tal aumento deve ser puxado, segundo Sardenberg, pelas operações com recursos direcionados, em especial pelas medidas anunciadas pelo governo desde o final do ano passado.
Em 2010, essa tendência se inverte e a expectativa é de que haja uma predominância do crédito livre. Ainda segundo Sardenberg, o crédito para pessoa jurídica, cuja recuperação tem sido mais lenta neste ano, vai crescer no próximo ano.
A previsão para a inadimplência, porém, cresceu desde o último relatório da Febraban, de 5,6% para 5,8%. "Essa piora da inadimplência tem a ver com os últimos dados divulgados, que foram ruins. Mas eu acredito que o número está muito próximo do pico, e deve haver uma alteração pequena em relação ao patamar já alcançado", afirmou o economista-chefe da entidade.
Questão fiscal
Os dados mostram também que a questão fiscal voltou à agenda do mercado. As previsões para o resultado primário do governo neste ano caíram de 2,3% para 1,8% do PIB. Em 2010, as estimativas são de uma economia de 2,4% do PIB.
Apesar disso, 54,2% dos analistas ouvidos no levantamento afirmam que esse risco recuará se, de fato, houver uma recuperação da atividade econômica.
As previsões para inflação ficaram quase estáveis em relação ao último relatório, subindo de 4,3% para 4,4% pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Para o câmbio, a estimativa caiu de R$ 2,01 para R$ 1,92 ao final do ano.
Comentários