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Educação/Vestibular
Terça - 04 de Agosto de 2009 às 06:56
Por: Keity Roma

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Em uma escola estadual de Marcelândia (a 715 quilômetros de Cuiabá), 60 crianças assistem aula em uma sala com chão de terra e com toras de madeira no teto escoradas, sem qualquer segurança. Para diminuir a poeira no ambiente e amenizar a baixa umidade relativa do ar, as funcionárias de limpeza do colégio precisam molhar o chão ao menos duas vezes ao dia. Curiosamente, a escola passou por uma reforma no ano passado, que custou ao menos R$ 258 mil aos cofres públicos.

Quando as crianças com idade entre 10 e 13 anos entram na sala de aula, o pó ainda está sob controle. Isso porque, antes do começo das aulas de cada turno (matutino e vespertino), o chão da sala na Escola Estadual Paulo Freire é molhado com uma mangueira de água. Em cada período, 30 alunos ficam no ambiente por cerca de cinco horas.



Com a movimentação das crianças pela sala, aliada às altas temperaturas que fazem a terra secar rapidamente e com o ar do ventilador, o pó começa a subir. “As mesas ficam sujas e acaba sujando todo o caderno”, lamenta o estudante Fernando Barros, de 11 anos.

Ele relata que para as meninas é ainda pior. “Elas ficam com o pé todo sujo de andar pela sala, coitadas”, diz. A maioria das crianças no colégio vai às aulas de chinelo, por não ter outros calçados. Não bastasse o incômodo da sujeira, a poeira deixa o ar mais seco, que já é desprovido de umidade devido ao clima e a poluição causada pelos morros de pó de serra espalhados pela cidade em pátios de madeireiras.

O colégio sofre ainda com outros problemas. Carteiras quebradas, que balançam quando os alunos se apóiam para escrever, pisos quebrados, teto de madeira apodrecido e fiação elétrica improvisada, exposta no teto, que sequer tem forro. Questionado sobre a incidência de curtos-circuitos quando chove, o diretor, Eduardo Cian, é claro. “Curto-circuito? Já tivemos ‘ene’ vezes. Não dá nem para contar”.

A cada chuva que cai na cidade diversos equipamentos são perdidos, segundo Cian. “Compramos até uma lona para cobrir os móveis e equipamentos eletrônicos da secretaria nos dias de chuva”, fala.

Apesar de toda a dificuldade que enfrenta a unidade escolar, em dezembro de 2007 iniciou-se uma reforma estimada em R$ 258 mil, que recebeu R$ 94 mil de acréscimo, e que deveria ser concluída em um ano, paga pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O órgão alega que forneceu o montante, mas houve um erro no projeto de engenharia elaborado pela prefeitura de Marcelândia.

O projeto, que era para a troca de telhado, acabou sendo usado para outras emergências. O resultado foi que metade da escola foi reformada. Nove salas, das 16, passaram pela reforma e abrigam as crianças menores. Cada sala custou R$ 28,6 mil. Enquanto na 5ª série os estudantes padecem com a poeira, o secretário-adjunto de Estrutura Escolar, Ezequiel Fonseca, diz que a Seduc está esperando receber a correção do projeto para concluir as obras. Ele informou que dos R$ 352 mil das obras, ainda há R$ 124 mil disponíveis.




Fonte: Diário de Cuiabá

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