Bagaço de cana pode virar gás e depois álcool
"Fechamos um acordo com quatro grandes indústrias químicas do Brasil, definido o modelo de fomento e de propriedade industrial", disse João Fernandes Gomes de Oliveira, diretor-presidente do IPT. ""Distribuímos o memorando de entendimento, que deve ser assinado até o fim do mês."" A planta-piloto de gaseificação será instalada em Piracicaba (SP), em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).
O IPT tem 30 anos de pesquisa em gaseificação. "É uma tecnologia que funciona muito bem na bancada (no laboratório)", afirmou Oliveira. "O desafio é fazê-la funcionar em escala comercial." O processo de gaseificação de carvão é usado comercialmente na África do Sul há muito tempo, desde a década de 1950. Lá, eles transformam o carvão mineral em gás para depois convertê-lo em diesel e gasolina. ""Por causa do apartheid (política de segregação racial), eles não podiam importar petróleo", explicou o pesquisador Ademar Hakuo Ushima, do IPT.
O centro de gaseificação de biomassa de Piracicaba deve ficar pronto no fim de 2010. A ideia é que a pesquisa dure três anos, com o objetivo de chegar ao término desse período com o domínio de uma técnica que tenha viabilidade comercial. O IPT está submetendo o projeto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), para levantar de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões para a pesquisa.
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