Casa Branca destaca melhora no PIB, mas alerta sobre desemprego
"Os dados do PIB mostram que avançamos", disse o porta-voz do presidente Barack Obama, Robert Gibbs. "Vemos perfeitamente que ainda há muito a ser feito, em particular para recolocar as pessoas no mercado de trabalho. Acho muito provável que, quando nos encontramos novamente na próxima semana para falar do desemprego, teremos centenas de milhares de empregos a menos."
Gibbs destacou ainda que "não veremos o emprego aumentar se não virmos a economia começar a crescer, e acredito que isso mostra o quanto os dados de hoje são positivos".
O Departamento do Comércio informou hoje que o PIB americano caiu 1% no segundo trimestre deste ano. Trata-se de uma recuperação em relação ao primeiro, quando a queda foi de 6,4% (dado revisado; no dia 25 de junho, o governo havia informado que o PIB sofreu contração de 5,5% no primeiro trimestre).
Esta primeira estimativa do PIB, que ainda deve sofrer duas revisões, é, no entanto, melhor que os dados previstos pelos analistas, que antecipavam uma queda do produto de 1,5% em relação ao trimestre precedente.
Mesmo com a melhora no desempenho, a economia americana, no entanto, registrou o maior período de recessão desde que as informações começaram a ser contabilizadas pelo governo, em 1947. Segundo o site do jornal britânico "Financial Times", é a primeira vez em 62 anos que a economia norte-americana registra quatro trimestres de retração consecutivos.
Empregos
No último dia 17, o departamento informou que a taxa de desemprego passou a casa dos 10% em 15 Estados americanos no mês de junho. A informação é um recorte dos dados nacionais de desemprego, divulgados pelo órgão na semana retrasada. Nela, mostrou-se que a taxa de desemprego no país estava em 9,5% em junho, o maior já registrado em 26 anos.
Os dados referentes a julho devem ser divulgados no próximo dia 7.
Ontem, o departamento informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos cresceu em 25 mil na semana encerrada no último dia 25, totalizando 584 mil solicitações iniciais do benefício.
O número de pessoas que recebem o benefício há pelo menos duas semanas, por sua vez, caiu para 6,2 milhões na semana encerrada no último dia 16 (data da leitura mais recente disponível), menor nível desde meados de abril.
Segundo analistas, o nível de pedidos de auxílio-desemprego compatível com uma economia saudável é de 300 mil a 350 mil --com o nível de 400 mil sendo visto como o limite entre o desempenho positivo e a recessão. A última vez em que o número de pedidos caiu abaixo dos 300 mil foi no início de 2007. Neste ano, o menor nível já registrado foi o da semana encerrada no dia 3 de janeiro, 488 mil.
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