Rapaz é baleado em frente a delegacia em Cuiabá
Desafiando a polícia, dois homens ocupando uma motocicleta tentaram executar a tiros o jovem Alex Ferreira Dias, o “Batoré”, de 22 anos, quando descia as escadas da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na rua Miranda Reis, bairro Bandeirantes, em Cuiabá, ontem à tarde. A vítima é suspeita de praticar um homicídio.
Ao colocar o pé na calçada, Batoré foi surpreendido pelos criminosos. O desconhecido que estava na garupa atirou duas vezes e acertou o tórax da vítima. Em seguida, os criminosos fugiram em alta velocidade em direção ao Coxipó.
Os tiros chamaram a atenção dos policiais plantonistas, que desceram para ver o que tinha ocorrido. Em seguida, acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para levar Batoré ao Pronto-socorro de Cuiabá (PSC). A audácia dos bandidos surpreendeu os policiais plantonistas, por tentarem matar alguém na porta de uma delegacia de polícia.
Minutos antes, Batoré foi ouvido como suspeito do assassinato de Marcelo Adriano Costa Sanches, o “Paraguaio”, de 19 anos, ocorrido na sexta-feira à tarde, no bairro São João Del Rey, em Cuiabá.
No entendimento dos policiais, os criminosos sabiam que Batoré estava na delegacia e esperaram ele descer. “Com certeza, devem ter passado várias vezes e, assim que (Batoré) desceu, o cercaram e foram atirando. E num local onde o entra-e-sai de policiais é intenso”, observou um policial.
Aos policiais, o jovem disse que um dos criminosos é ligado ao traficante “Dandão”, da região do Coxipó, que saiu recentemente da Penitenciária Central do Estado. Os policiais não descartam a hipótese de os criminosos serem pessoas ligadas a Marcelo.
Em seu depoimento, Batoré negou ter executado Marcelo. Disse ao delegado Fausto Freitas, responsável pelas investigações, não saber de onde surgiu a informação de que ele seria o autor do assassinato. “Batoré negou todas as acusações. Saiu da delegacia”, informou um policial.
Testemunhas, no entanto, afirmaram que ele cercou Marcelo na sexta-feira e atirou quatro vezes, acertando todas. Levado ao PSC, o jovem morreu após passar pelo box de emergência. Os policiais não souberam informar se ele tinha antecedente, mas era um “velho conhecido” da polícia no Coxipó. O delegado deverá ouvir testemunhas para confirmar a participação de Batoré no assassinato.
A tentativa de homicídio será investigada pela Delegacia do Complexo do Coxipó, uma vez que a DHPP trabalha apenas na elucidação de assassinatos.
Comentários