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Internacional
Segunda - 27 de Julho de 2009 às 15:30

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Os rebeldes muçulmanos que se opõe ao estilo ocidental de educação na Nigéria expandiram os ataques e confrontos com a polícia para cidades de três Estados do norte do país. A onda de violência deixou ao menos 50 mortos. A agência de notícias Reuters, que cita a polícia local, afirma que ao menos 80 pessoas foram mortas.

Nesta segunda-feira, os militantes muçulmanos atacaram três Estados no norte do país, um dia depois de um atentado contra uma estação da polícia na cidade de Bauchi --que deixou dezenas de mortos em trocas de tiros com os agentes.

A polícia e moradores afirmam que os ataques desta segunda-feira ocorreram nas cidades de Maiduguri, Damaturu e Wudil no predominantemente muçulmano norte do país. Segundo a agência de notícias Reuters, os confrontos entre os muçulmanos radicais e a polícia aconteceram nos Estados de Yobe, Kano e Borno.

Os três Estados fazem parte da lista de 12 Estados nigerianos que iniciaram o uso mais estrito da sharia (a lei islâmica) em 2000 --uma decisão que isolou ainda mais a minoria cristã e iniciou uma onda de violência sectária que matou milhares.

Em Yobe e Kano, confrontos entre rebeldes e forças de segurança deixaram ao menos quatro mortos e feriram dez. Um policial de Kano afirmou que ao menos cem homens armados foram mortos.

Grupo islâmico

O porta-voz da polícia local, Mohammed Barau, disse que os militantes fazem parte do Boko Haram, um grupo que quer impor a sharia em toda a Nigéria.

Um membro do Boko Haram que foi ferido durante o ataque inicial à delegacia disse à Reuters que seu grupo quer "limpar o sistema (nigeriano) que está poluído pela educação ocidental e impor a sharia no país todo."

"Nós não acreditamos na educação ocidental. Ela corrompe nossas ideias e crenças. É por isso que nós estamos defendendo nossa religião", disse Abdulmuni Ibrahim Mohammed, após sua prisão em Kano. "Mesmo se eu for preso, haverá outros para fazer o trabalho."

O grupo islâmico não está ligado ao Mend (movimento pela emancipação do delta do Níger), o mais importante grupo rebelde da Nigéria. Eles são responsáveis por uma campanha de violência que tem como alvo a maior indústria petrolífera da África desde 2006.

Praticamente metade do país é cristão e metade é muçulmano, apesar de religiões animistas tradicionais ainda permearem a fé de muitos dos nigerianos.

Mais de 200 grupos étnicos vivem, em geral, em paz lado a lado no país mais populoso da África ocidental, apesar de uma guerra civil ter deixado um milhão de mortos entre 1967 e 1970. Houve alguns confrontos de ordem religiosa desde a guerra civil também.

Em novembro do ano passado, centenas de pessoas foram mortas em confrontos na cidade central de Jos depois que uma eleição contestada causou algumas das piores batalhas entre grupos muçulmanos e cristãos dos últimos anos.

Com agências internacionais





Fonte: Folha Online

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