Brasil e Argentina discutem sobre comércio em cúpula do Mercosul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua colega argentina, Cristina Fernández de Kirchner, se reuniram nesta sexta-feira em Assunção, no encerramento da Cúpula do Mercosul, onde analisaram temas comerciais, entre outros assuntos.
"Discutimos sobre todas as questões bilaterais e concordamos que os ministros dos dois países se reunirão para repassar a agenda comum", disse a presidente argentina à imprensa, no final da reunião.
Ela se referiu às medidas não tarifárias impostas em seu país no início do ano e que obrigaram acordos de quotas de comércio entre empresários argentinos e brasileiros. Esclareceu também que são "restrições ao comércio, mas instrumentos que estão de acordo com o Mercosul e com a OMC [Organização Mundial do Comércio]".
O Brasil também aplicou este tipo de medidas, criticadas pelo Paraguai e Uruguai.
Tanto o governo brasileiro como o argentino alegaram que essas medidas não tentam impossibilitar as importações de seus vizinhos, mas resistir à ofensiva comercial de países como a China, em meio à crise global. "Repassamos algumas questões de desvios de comércio à China e é preciso analisar caso por caso e, de forma equilibrada, tomar decisões em conjunto", afirmou, sobre seu diálogo com Lula.
Por outro lado, destacou que a Cúpula do Mercosul e países associados conseguiu pactuar uma declaração sobre Honduras, que inclui uma recusa do bloco a aceitar qualquer ação do novo governo do país, inclusive a convocação de eleições.
Cristina confirmou que falou hoje com o presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, que tenta retornar a seu país.
Zelaya, expulso do poder e de Honduras pelos militares no dia 28 de junho, "me agradeceu por meu discurso na Cúpula do Mercosul e me disse que seu desejo é retornar a seu país, mas que seja em absoluta paz, sem clima de violência", disse a presidente argentina.
Além disso, Cristina reiterou que é necessário liberar as patentes das vacinas contra a gripe suína, para garantir que todos os países possam ter acesso a elas.
A presidente argentina afirmou que os laboratórios da região têm capacidade "para cobrir a cota que os países centrais dizem que não conseguirão alcançar para satisfazer a demanda mundial".
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