Justiça decreta toque de recolher em Marcelândia
Em 1 ano, 12 pessoas foram presas por abuso sexual ou exploração de jovens no município. O delegado Luis Henrique de Oliveira destaca ainda que nesse mesmo período ocorreram a prisão de 26 traficantes, que aliciam e vendem drogas para adolescentes. Para uma cidade com 14 mil habitantes, os dados são considerados alarmantes.
No Fórum de Marcelândia tramitam 24 processos sobre crimes sexuais. Em 21 deles, as vítimas têm menos de 18 anos. O delegado explica que o perfil dos acusados são distintos nos casos de pedofilia e exploração sexual. Na primeira situação, o abuso ocorre na maioria das vezes em casa e é praticado por pessoas próximas da família. Uma exceção chocou a cidade. Um pastor ameaçava crianças para molestá-las.
A exploração sexual normalmente é praticada por pessoas de classe média que inserem as jovens na prostituição, oferecendo dinheiro e presentes às meninas que são carentes e vem de famílias desestruturadas.
Pela portaria do juiz, os adolescentes flagrados depois das 23h30 nas ruas serão encaminhados à família, que serão notificadas. Em caso de reincidência, jovens e responsáveis podem ser penalizados. A regra é válida para dias úteis, finais de semana e feriados. A proibição se estende a bares, lanchonetes, restaurantes e no recinto de festividades, sempre que o adolescente estiver desacompanhado dos pais.
O delegado comenta que o toque de recolher foi bem aceito pela população e a decisão já surtiu efeito. A portaria passou a valer em abril e até o momento não ocorreram novos casos de pedofilia ou exploração sexual.
Oliveira comenta ainda que faltam na cidade campanhas de conscientização sobre essas práticas ilícitas. Porém, garante que tem havido um envolvimento maior do poder público na tentativa de resolver a situação. "Hoje (ontem), fui dar palestra para estudantes sobre prevenção às drogas e pretendo trazer para a cidade uma mostra do Programa de Cara Limpa Contra as Drogas, da Polícia Civil".
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