Quilombolas são expulsos e ameaçados por pistoleiros
A expulsão das famílias ocorreu há 20 dias e a direção da Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Palmares foi acionada. Hoje, o diretor Maurício Reis chega em Mato Grosso para uma reunião com o procurador Mauro Lúcio Avelar para tentar resolver o impasse. Também participarão do encontro a procuradora da República Dora Lúcia Bertúlio, a coordenadora Nacional de Quilombos do Incra, Givânia Conceição, e o presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Pedro Reis. Em seguida, o grupo seguirá para a área de conflito.
Segundo Pedro Reis, os quilombolas relataram que o fazendeiro retirou as famílias da área e colocou homens armados, que usam motocicletas para fiscalizar a área, impedindo o acesso das famílias à nascente de água. A situação colocou medo nas comunidades.
O mesmo fazendeiro chegou a requerer na justiça o direito sobre a área, mas a decisão deu ganho de causa os afrodescendentes. Mesmo com a negativa judicial, ele expulsou os quilombolas, cercou a área e passou a proibir o acesso das famílias. Segundo Reis, o fazendeiro tem terras do outro lado do rio Jauquara, que corta Porto Estrela e Barra do Bugres.
No Estado existem 138 comunidades quilombolas, sendo que 68 são certificadas pela Fundação Palmares e o restante está em processo de reconhecimento.
Em março, o Tribunal de Justiça condenou outro fazendeiro a recuperar uma APP e retirar 2 diques dos córregos, que ficam dentro de uma área quilombola da região de Mata Cavalo.
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